
Por Júnior Melo
Carlos Lupi deixou oficialmente o Ministério do Trabalho, mas sua influência continua intacta. Seu sucessor, Luiz Marinho, embora nomeado como titular da pasta, atua como uma extensão direta da vontade do ex-ministro. A troca foi meramente simbólica: em vez de renovar a gestão e romper com práticas antigas, o governo Lula apenas trocou o nome na placa da porta, mantendo o mesmo controle político nos bastidores.
A permanência da influência de Lupi escancara o velho método de “sai, mas manda”, típico da política de compadrio que o governo Lula insiste em repetir. O Ministério do Trabalho, que deveria ser estratégico para a recuperação do emprego e a modernização das relações trabalhistas, virou feudo do PDT, operado à distância por Lupi, que ainda dá as cartas, distribui cargos e orienta decisões, mesmo fora do cargo.
Esse tipo de arranjo enfraquece a credibilidade do governo e compromete a autonomia administrativa. Lula, ao permitir que um ministro de fato comande o ministério por controle remoto, mostra que os interesses partidários continuam acima do mérito técnico e da ética pública. A troca que não muda nada revela o apego do governo ao velho modelo de poder, onde sair da cadeira não significa abrir mão do comando.
Fonte: Diário Do Brasil