A vice-presidente da diretoria da Associação Comercial e de Inovação de Marília, Valéria Cristina Tamião de Oliveira, comentou recente pesquisa desenvolvida pela FecomércioSP, que mostra o setor atacadista com dificuldades tanto para encontrar quanto para reter profissionais e aponta pressões sobre custos de pessoal diante do quadro de falta de mão de obra qualificada. “Postos de trabalho estão se tornando uma batalha diária para encontrar e reter bons profissionais”, disse a dirigente que observa esta realidade no segmento empresarial que atua. “O capital humano tornou-se o grande diferencial competitivo”, disse a empresária ao observar, na pesquisa, o registro tímido na geração de vagas em áreas de alta tecnologia, onde trabalha, como sendo um reflexo direto da escassez de profissionais especializados no setor.

Na opinião de Valéria Cristina Tamião de Oliveira a dificuldade em manter trabalhadores é outro problema que o empresariado em geral vem tendo em qualquer segmento. “O tempo médio de permanência no emprego em empresas do atacado paulista, por exemplo, chega a 26 meses, ou seja, pouco mais de dois anos”, disse alarmada com os números apresentados pela pesquisa que mostra situação complicada em três setores: produtos farmacêuticos; produtos alimentícios e bebidas e fumo; e nas matérias-primas agrícolas e animais. “Nesses segmentos os funcionários não chegam a completar dois anos numa mesma empresa”, comparou ao perceber a rotatividade crescente nas empresas, comprometendo as operações, e gerando custos elevados na substituição de trabalhadores. “Se em 2010 representaram 22% dos postos com carteira assinada, entre os jovens, agora são apenas 17%”, exemplificou a dirigente da Associação Comercial e de Inovação de Marília.

Segundo a vice-presidente da associação comercial mariliense é preciso que as empresas mudem alguns comportamentos para atrair e manter jovens profissionais. “Não é só salário”, disse Valéria Cristina Tamião de Oliveira. “As empresas precisam investir em ambiente saudável, benefícios consistentes e, sobretudo, em planos reais de carreira”, sugeriu a empresária no ramo de tecnologia. “Se a empresa não mudar a estratégia, vai continuar tendo rotatividade elevada e mais e mais custos”, falou ao lembrar de outra alternativa. “A empresa pode criar políticas de valorização profissional e investimento em tecnologia e treinamento, de modo a reduzir a dependência de mão de obra, criando e moldando o profissional desde o início da contratação”, comentou ao atrelar o plano de carreira junto.

Para as empresas que estão encontrando dificuldades na manutenção de funcionários ou até mesmo na contratação de mão de obra especializada, Valéria Cristina Tamião de Oliveira orienta os empresários que criem programas de atração das novas gerações de profissionais. “Hoje em dia não é só o valor do salário que atrai funcionários qualificados, mas outros detalhes da empresa que reforcem o engajamento”, disse a dirigente ao solicitar aos empresários que redobrem os esforços na gestão de pessoas para garantir equipes qualificadas e engajadas. “É preciso criar um vínculo entre a empresa e o empregado”, sugeriu com experiência própria. 

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Mão de obra qualificada: vice- presidente da Associação Comercial e de Inovação de Marília alerta para a escassez