A advogada Priscila Carnaúba, mulher do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), trabalha como assessora comissionada no gabinete da ministra Cármen Lúcia, doSupremo Tribunal Federal (STF).
Embora não haja detalhes sobre o salário de Priscila, sabe-se que auxiliares de Cármen ganham entre R$ 10 mil e R$ 30 mil.
A mulher de Randolfe Rodrigues foi nomeada em setembro deste ano, um mês depois de ocongressista ir ao apartamento de Cármen, em Belo Horizonte (MG).A magistrada, inclusive, recebeu convite para comparecer ao casamento de Rodrigues e Priscila, em julho.
Em diversas ocasiões, o parlamentar deu declarações a favor da ministra do STF. Em outubro de 2022, o senador saiu em defesa de Cármen, que havia sido alvo de ofensas do ex-deputado Roberto Jefferson. “Toda a minha solidariedade à ministra Cármen Lúcia, que foi atacada por um misógino, machista e covarde capanga de Bolsonaro”, disse Rodrigues.
Procurada diversas vezes, a assessoria de Rodrigues não respondeu às perguntas deOeste, até o fechamento desta reportagem.
O STF informou que “os critérios de seleção foram objetivos”. “Havia vaga de assessor no gabinete da ministra Cármen Lúcia, diversos currículos foram analisados e, após entrevista e por cumprir as exigências, ela foi selecionada por ter mais ligação com temas de direito público”, disse o STF. “Assim como a escolha não é feita por indicação de outros Poderes, o fato de se ter uma relação externa com alguém de outro poder não é fator de veto. Neste ano, o gabinete da ministra Cármen Lúcia nomeou três assessoras, todas jovens advogadas e preparadas para a função. No gabinete da ministra, todos os assessores cumprem o horário de trabalho das 10h às 19h, presencialmente, sem distinção.”
Decisões a favor da Rede, da qual Randolfe Rodrigues era filiado
Em 18 de dezembro de 2020, Cármen acolheu um pedido da Rede Sustentabilidade contra o então presidente Jair Bolsonaro. A juíza do STF mandou a Procuradoria-Geral da República investigar se Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ajudou na defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na tentativa de anular o caso das “rachadinhas”.
Filiado à sigla à época, Rodrigues comemorou a decisão no Twitter. “Atendendo a nosso pedido, a ministra Cármen Lúcia determinou à PGR para investigar os relatórios elaborados pela Abin para orientar a defesa de Flávio Bolsonaro no caso Queiroz”, escreveu Randolfe, no Twitter/X.
Quatro meses antes dessa decisão, Cármen, que era relatora de uma ação da Rede e do PSB contra o governo, votou para limitar a atuação da Abin.
“Arapongagem, para usar uma expressão vulgar, mas que agora está em dicionário: aquele que ilicitamente comete atividade de grampos, e, portanto, de situação irregular, essa atividade não é direito, é crime”, argumentou a ministra, sobre um decreto de Bolsonaro. “Praticado pelo Estado, é ilícito gravíssimo.”
Revista Oeste
FONTE: terrabrasilnoticias.com