As novas medidas de restrições impostas pelo governo do Estado de São Paulo para conter a epidemia de Covid-19 acompanham a crise na saúde mas fecham os olhos para a crise econômica e o forte impacto social advindos dos fechamentos.
A avaliação é do empresário Pedro Pavão, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Marília, que pretende mobilizar dirigentes de regionais em todo o Estado para manifestações e pedidos de atendimento às empresas e à geração de empregos.
“Hipotecar solidariedade e fazer discurso sobre o momento difícil pode até ser educado, não atendem ninguém no momento. Se o governo entende mesmo a dificuldade dos trabalhadores, pode cortar na própria carne: reduzir o impacto do aumento no ICMS, convocar corte de gastos em todos os setores do poder público, cortar benefícios, verba publicitária e ampliar a oferta de auxílio”, disse Pavão.
O dirigente defendeu a elaboração de uma Carta do Comércio que aponte ao governador diferentes medidas para reduzir a pressão fiscal, oferecer crédito sem juros e com carência para pagamento, suspender medidas de cobrança, convocar prefeitos a cortar pressão fiscal com a mesma veemência que pede fiscalização e abrir canais de diálogo permanente.
“O governador mais uma vez joga sobre as empresas a culpa pela circulação indevida e penaliza quem gera empregos e mantém os recursos para sustentar toda a estrutura pública. Não vai haver recursos para Saúde se as empresas e os empregos não permitirem a arrecadação”, destaca.
Pavão ressaltou ainda que as medidas embutem muitas controvérsias que não eliminam situações de risco, movimentação de pessoas e transmissão do vírus.

  • O Plano ignora funcionamento do transporte nas cidades que já é caótico e não oferece soluções;
  • Ignora que as viagens estão mantidas, que consumidor nas cidades de divisa vai continuar indo a outros Estados para consumir
  • Ignora que a logística nacional movimenta cargas, viajantes, motoristas, usuários que passam pelas cidades com entroncamentos rodoviários, como Marília, com situações de risco, demanda de serviços e consumo
  • Ignora que suas recomendações de horários de circulação – com mudanças para chegada às empresas – não coadunam com as regras de atendimento
  • Não presta contas dos bilhões que recebeu. O que fez com o dinheiro?
  • Não explica porque parou cidades, como Marília, por mais de 5 meses, quando UTIs estavam sem pacientes
  • Não falou dos aumentos sobre remédios, 200% para veículos usados e não redução do ICMS, entre outros, cujos preços estão impactando demais a população
  • Também não apresenta alternativas para as centenas de milhares de empresas falidas por seus constantes lockdows sem planejamento e milhões de desempregados
  • Não apresenta propostas para redução do custo de vida em São Paulo e para comerciantes, além de fechar, fechar e fechar
    “Enfim, parece um grande remendo no desespero de quem começou mal e não consegue admitir que as falhas do Plano São Paulo permitiram evolução da epidemia e penalizaram a economia.”
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Pavão critica restrições sem medidas para economia e pede união de empresas no Estado