Foto: Marcelo Camargo/ABR

Em editorial publicado nesta segunda-feira, 1º, o Estadão analisa o aumento recorde de arrecadação pelo governo federal e, em contraste, o rombo crescente nas contas públicas e o caos financeiro das estatais. Trata-se da gastança patrocinada pelo governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva, constata o jornal.

Em condições normais, a arrecadação de R$ 2,3 trilhões em dez meses em 2025 seria suficiente para assegurar o fechamento das contas públicas. “Mas vivemos sob um governo petista — que, associado a um Congresso fiscalmente irresponsável, transforma o Estado num Pantagruel de apetite insaciável, que arrecada muito e gasta muito mais”, afirma O Estado de S. Paulo.

Estatais servem para acompanhar apadrinhados políticos, afirma Estadão

O jornal exemplifica com o caso das estatais, cujo déficit previsto para este ano aumentou de R$ 5,5 bilhões para R$ 9,2 bilhões. “O rombo monstruoso dos Correios decerto ajuda a explicar esse resultado, mas o problema é mais, digamos, filosófico: sob o PT, estatais parecem ser administradas para dar prejuízo, de modo a provar que essas empresas só existem para atender à população em atividades pelas quais a iniciativa privada, que só visa ao lucro, não se interessa”, afirma o jornal.

Isso demonstra, segundo o Estadão, que as estatais no governo petista “servem para acomodar apadrinhados políticos e para bancar projetos de interesse do Palácio do Planalto sem passar pelo crivo orçamentário”.

Com esse uso político em foco, o jornal descarta qualquer possibilidade de um eventual novo governo do PT “tomar a única providência capaz de fechar o sorvedouro de dinheiro público em que se converteram as estatais, isto é, privatizá-las”.

Gastança e finalidade eleitoreira

Por isso — com a gastança como meta e o uso político do Orçamento —, “resta ao governo petista aumentar a arrecadação”. O jornal lembra que a sanha arrecadatória do governo petista teve arrecadação extra com a medida provisória do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que perdeu a validade em outubro. Somente em outubro foram arrecadados R$ 8,1 bilhões, quase 40% a mais do que no mesmo mês do ano passado, com o IOF. E o governo petista “demonstrou que manterá a disposição de usar o imposto —criado com a finalidade específica de regular o mercado de crédito — para fins arrecadatórios”.

O jornal ainda cita a regra sobre a compensação tributária, aprovada no Congresso pelo governo, que prevê elevar a arrecadação de 2026 em R$ 10 bilhões. Porém, em que pese o aumento de tributos, o governo não corta despesas. “Em vez de cortá-las, simplesmente deixa parte delas fora do arcabouço fiscal”, afirma o editorial.

O texto também lembra que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, reconheceu a demora em aprovar reformas fiscais, mas transferiu a responsabilidade maior para os “outros Poderes”. O Estadão, porém, lembra que “partiram do próprio presidente Lula os primeiros obstáculos às propostas de redução de despesas e controle de gastos elaboradas por técnicos do ministério de Tebet”.

Por isso, o jornal conclui que, embora o “impulso fiscal” tenha diminuído nos últimos meses, o que poderia ser resultado da própria desaceleração da economia, “o expansionismo dos gastos, continua como grande marca deste governo — o que certamente vai piorar em 2026, diante dos imperativos eleitorais”.

Fonte: Revista Oeste

Fonte: Diário Do Brasil

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Sob o PT, estatais parecem ser administradas para dar prejuízo, constata jornal