
Preocupado com a queda da popularidade, atribuída em parte à inflação dos alimentos, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem cometendo uma série “barbeiragens” no trato com o agronegócio. A recém-anunciada isenção da tarifa de importação de alguns alimentos é mais uma atitude criticada pelo setor.
O presidente tem atritos com agropecuaristas desde o início do mandato, e a relação piorou neste ano. Medidas divulgadas ou cogitadas pelo governo, bem como recuos após pressões de produtores e parlamentares de oposição, revelam desorganização, improviso e desconhecimento das necessidades do campo.
No mês passado, o presidente chegou a dizer que era preciso entender por que o preço da carne subiu tanto nos últimos meses. Já era público, no entanto, que o mesmo ciclo pecuário que baixou o preço da carne em 2023 – o que foi festejado pelo governo – entrou na fase de declínio de oferta nos últimos meses de 2024, com impulso extra da boa rentabilidade das exportações.
A maioria das iniciativas do Executivo tem como objetivo baixar o preço da comida. Porém, há razões para acreditar que as ideias externadas pelo governo nas últimas semanas tendem a ser inócuas ou terem efeito apenas no curto prazo, em alguns casos com chance de “rebote” inflacionário mais adiante.
Bancada agropecuária critica redução da tarifa de importação de alimentos
Representante do agronegócio no Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticou a redução a zero da alíquota de importação de alguns alimentos, que o governo Lula anunciou nesta quinta-feira (6).
“O problema da inflação não é a oferta de alimentos. O governo federal tenta criar a narrativa de buscar soluções, quando o problema está concentrado no seu próprio desequilíbrio fiscal, responsável por onerar os custos e por alavancar a inflação”, disse a FPA, em nota.
Segundo a frente parlamentar, “as medidas apresentadas pelo governo federal são pontuais e ineficazes para efeito imediato, especialmente quando se gasta recurso interno ao zerar impostos para produtos importados, sem garantir o reforço ao apoio da produção brasileira”.
Fonte: Gazeta Brasil
Fonte: Diário do Brasil