Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Alan Santos/Presidência da República

O Comando Militar do Planalto (CMP) mobilizou a estrutura do Centro de Operações (COP) para receber uma eventual ordem de prisão contra dois dos generais de quatro estrelas mais conhecidos do país: Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército, e Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Jair Bolsonaro (PL). A determinação é do comandante do Exército, general Tomás Paiva, segundo apurou Oeste.

Sob condição de anonimato, militares relataram que duas salas distintas foram preparadas dentro do COP para acomodar os generais. Essa movimentação segue um trâmite comum na caserna: nenhuma operação ou detenção que envolva militares, especialmente oficiais-generais, ocorre sem o prévio conhecimento do comandante da respectiva Força Armada. A preparação das salas não significa que as prisões ocorrerão, mas sugere que o Exército decidiu cumprir os protocolos internos. 

Apesar de discreta, a mobilização é tratada internamente como um dos movimentos mais sensíveis dos últimos anos, dada a patente dos envolvidos e o impacto político de qualquer medida dessa natureza.

Oeste procurou o Comando Militar do Planalto, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

O julgamento do general Augusto Heleno e do general Paulo Sérgio Nogueira

Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no mesmo conjunto de ações que analisou a participação de autoridades militares e civis na suposta tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022. Ao fim das sessões, a Corte considerou que ambos atuaram para validar teses “infundadas” de fraude eleitoral e para sustentar planos que supostamente visavam a impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O STF fixou penas severas: 21 anos de prisão para Heleno e 19 anos para Paulo Sérgio, ambas em regime inicial fechado. Os ministros destacaram que os dois, em virtude da posição de comando que ocupavam, tinham responsabilidade especial em preservar a ordem constitucional, e não em aderir a supostas iniciativas “golpistas”.

O que é o Comando Militar do Planalto

O CMP é uma das oito regiões militares responsáveis pela estrutura territorial do Exército. Com sede em Brasília, o CMP tem a missão de proteger a área mais sensível do país: o Distrito Federal e os arredores. É esse comando que responde pela segurança das sedes dos Três Poderes, além de embaixadas, ministérios e diversas estruturas do governo federal.

O CMP também controla tropas de reação rápida, como o Batalhão da Guarda Presidencial, o Regimento de Cavalaria de Guardas e o Batalhão de Polícia do Exército — unidades treinadas para atuar em situações de crise, distúrbios civis e operações especiais. Por esse motivo, qualquer movimentação que envolva autoridades de alta patente, operações delicadas ou medidas de segurança institucional passa necessariamente por sua estrutura.

O que é o COP

O Centro de Operações é uma sala de comando, monitoramento e coordenação, equipada com sistemas de comunicação segura, mapas e telas de acompanhamento em tempo real. Sua função é permitir que o comando do Exército coordene operações e gerencie crises.

É importante ressaltar: o COP não é um local de encarceramento. Apesar disso, em situações excepcionais — principalmente nos casos que envolvem oficiais do mais alto escalão — o COP pode ser preparado como ponto de recepção ou custódia inicial, por minutos ou algumas horas, até que o comando defina o destino do militar detido. O ambiente é escolhido pela segurança, pelo controle e pela discrição.

Fonte: Revista Oeste

Fonte: Diário Do Brasil

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STF já definiu onde vai prender os generais do Exército Brasileiro, segundo a revista Oeste