Brian Snyder – 25.ago.2025/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta segunda-feira (25) aplicar “tarifas adicionais subsequentes” sobre bens de países que mantiverem impostos digitais, caso essas legislações não sejam revogadas.
Interlocutores afirmaram mais cedo que o governo Trump também considera impor sanções a autoridades da União Europeia ou de Estados-membros responsáveis pela implementação da Lei de Serviços Digitais (Digital Services Act), marco regulatório do bloco.
Muitos países, especialmente na Europa, têm cobrado impostos sobre a receita de vendas de grandes prestadores de serviços digitais, como Google (Alphabet), Meta (Facebook), Apple e Amazon. A questão é fonte recorrente de atrito comercial entre governos americanos e seus parceiros.
“Com esta VERDADE, coloco todos os países com impostos, legislações, regras ou regulamentos digitais em aviso de que, a menos que tais ações discriminatórias sejam removidas, eu, como presidente dos Estados Unidos, imporia tarifas adicionais substanciais sobre as exportações desse país para os EUA e instituiria restrições de exportação sobre nossa tecnologia e chips altamente protegidos”, escreveu Trump em rede social.
Segundo ele, essas medidas foram “desenhadas para prejudicar ou discriminar a tecnologia americana” e acabavam beneficiando empresas da China, rival dos EUA no setor.
Trump já havia ameaçado impor tarifas a países como Canadá e França em disputas relacionadas a impostos digitais. Em fevereiro, ordenou que seu representante comercial reabrisse investigações visando aplicar tarifas a importações de países que taxam companhias de tecnologia americanas.
De acordo com duas fontes próximas ao assunto, o governo Trump também avalia impor sanções a autoridades da União Europeia envolvidas na execução da Lei de Serviços Digitais, em meio a queixas de Washington de que a norma censura americanos e aumenta custos para empresas de tecnologia dos EUA.
Uma medida nesse sentido seria inédita e ampliaria a disputa do governo Trump contra o que ele considera ser uma tentativa europeia de suprimir vozes conservadoras. Altos funcionários do Departamento de Estado ainda não decidiram se levarão adiante as punições, que provavelmente assumiriam a forma de restrições de visto, disseram interlocutores.
Ainda não está claro quais autoridades da UE ou de Estados-membros poderiam ser alvo, mas reuniões internas sobre o tema ocorreram na semana passada, segundo os relatos.
Fonte: Folha de S. Paulo
Fonte: Diário Do Brasil
