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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira (6) que vai criar um “gabinete de fé” na Casa Branca e vai instruir a secretária de Justiça, Pam Bondi, a liderar uma força-tarefa para erradicar o que ele chamou de preconceito anticristão dentro do governo federal.
Trump fez comentários no Café da Manhã Nacional de Oração, um evento anual realizado no Capitólio dos EUA, e usou seu discurso para pedir união, dizendo aos legisladores que sua relação com a religião mudou após duas tentativas frustradas de assassinato das quais ele foi alvo no ano passado.
Durante o café da manhã, Trump voltou ao tom usual, gabou-se por “se livrar dos woke [termo pejorativo associado à esquerda] nas últimas duas semanas” e anunciou medidas para proteger os cristãos do que ele disse ser discriminação religiosa.
“A missão desta força-tarefa será coibir imediatamente todas as formas de discriminação e ataques contra cristãos dentro do governo federal, incluindo no Departamento de Justiça, que foi absolutamente terrível, no IRS [equivalente à Receita Federal], no FBI e em outras agências”, disse Trump.
O presidente assinou um decreto mais tarde que prevê que Bondi lidere a força-tarefa. O republicano prometeu que ela trabalhará para responder ao que ele chamou de “violência e vandalismo anticristãos”.
Volta de Trump à Casa Branca é triunfo do nacionalismo cristão
Trump não citou exemplos específicos de preconceito anticristão durante seus comentários, mas já havia afirmado anteriormente que o governo Joe Biden usou o governo federal para atingir especificamente os cristãos.
O governo do democrata anunciou uma estratégia em dezembro para combater a intolerância contra árabes e muçulmanos, além de um plano semelhante para combater o antissemitismo em setembro de 2023.
As ações anunciadas nesta quinta podem levantar questões constitucionais sobre a separação entre Igreja e Estado, com a Primeira Emenda da Constituição dos EUA limitando o endosso governamental à religião. Trump, que se tornou a figura de proa do cristianismo conservador americano, tem repetidamente invocado uma unção religiosa desde que sobreviveu a uma tentativa de assassinato no ano passado. “Muitas pessoas me disseram que Deus poupou minha vida por uma razão”, Trump disse a apoiadores em eventos por todo o país.
Nos últimos três ciclos eleitorais, os eleitores cristãos evangélicos brancos, que constituem uma parte crucial da base republicana, apoiaram Trump. Sua mensagem de poder masculino complementou a crescente ansiedade entre muitos cristãos conservadores sobre a mudança de normas de gênero e de padrões familiares.
Com esse contexto, o presidente anunciou que criará um gabinete de fé na Casa Branca, liderado pela reverenda Paula White, que atuou como sua conselheira religiosa por muitos anos. Trump estabeleceu um escritório semelhante na Casa Branca durante seu primeiro mandato e consultou regularmente um grupo restrito de conselheiros evangélicos.
Trump também disse que deve criar uma nova comissão sobre liberdade religiosa e criticou o governo Biden pela perseguição de fiéis por processar defensores do aborto. “Se não temos liberdade religiosa, então não temos um país livre”, afirmou.
Em 2023, o Café da Manhã Nacional de Oração foi dividido em dois eventos, um no Capitólio, com a presença de legisladores, e um evento privado separado para milhares de pessoas em um salão de baile de hotel, depois que alguns legisladores tentaram se distanciar do grupo religioso privado após questionamentos sobre como ele era administrado e financiado.
Fonte: Folha de S. Paulo
Fonte Diário do Brasil