Antônio Augusto/ TSE

Em 2026, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) será presidido pelo ministro **Kassio Nunes Marques**, com **André Mendonça** como vice-presidente, ambos indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A mudança no comando da Corte Eleitoral reacende debates sobre o papel do TSE na condução das eleições, especialmente após a gestão de Alexandre de Moraes em 2022, marcada por um intervencionismo judicial que, para críticos, comprometeu o andamento natural do pleito. Setores da extrema-esquerda, preocupados com a possibilidade de um TSE menos atuante sob Nunes Marques e Mendonça, temem perder o controle que as ações de Moraes garantiram, enquanto outros questionam se a democracia brasileira se beneficiará de uma abordagem menos invasiva.

A gestão de Moraes em 2022 foi caracterizada por decisões polêmicas, como a remoção de conteúdos nas redes sociais e a proibição de propagandas políticas com base em acusações de desinformação. Essas medidas, embora defendidas pela extrema-esquerda como necessárias para proteger o processo eleitoral, foram criticadas por aliados de Bolsonaro e analistas independentes como excessivas, potencialmente influenciando a disputa ao limitar o alcance de certas campanhas. A postura centralizadora de Moraes, que incluiu ordens diretas para plataformas digitais sem amplo debate colegiado, gerou acusações de interferência no livre debate democrático. Com Nunes Marques e Mendonça, que já demonstraram maior cautela em decisões sobre liberdade de expressão, espera-se uma postura mais contida, o que alarma setores da extrema-esquerda acostumados ao rigor de 2022.

A aproximação de Nunes Marques com o governo Lula, evidenciada por sua influência na nomeação de um juiz para o TRF-1, adiciona complexidade ao cenário. Enquanto aliados de Bolsonaro veem essa reaproximação com desconfiança, a extrema-esquerda teme que, mesmo com gestos ao governo petista, o novo TSE seja menos agressivo no combate a conteúdos online, o que poderia permitir a circulação de narrativas que favoreçam a direita. No entanto, críticos do intervencionismo de 2022 argumentam que uma Corte menos propensa a censuras rápidas pode restaurar um equilíbrio democrático, permitindo que o eleitor decida sem a curadoria judicial vista como parcial por alguns. A extrema-esquerda, por sua vez, confia no STF, com sua maioria de ministros não alinhados a Bolsonaro, para intervir caso o TSE falhe em adotar medidas que julgar necessárias.

As eleições de 2026 serão um momento decisivo para avaliar se o TSE, sob Nunes Marques e Mendonça, conseguirá conduzir o pleito de forma imparcial, sem repetir o que muitos consideram excessos de 2022. A gestão de Moraes, embora elogiada por conter desinformação, deixou um legado controverso, com questionamentos sobre até que ponto o TSE deve moldar o debate público. A nova liderança da Corte Eleitoral terá a oportunidade de redefinir esse papel, mas enfrentará o desafio de equilibrar a proteção da democracia com a preservação da liberdade de expressão, em um contexto de polarização e expectativas divergentes.

 Por: Júnior Melo 

Fonte: Diário Do Brasil

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TSE terá Nunes Marques e André Mendonça no comando e extrema-esquerda teme menor intervencionismo nas redes sociais