
Reprodução: Revista Oeste
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) confirmou nesta quarta-feira (10) que tinha conhecimento prévio sobre possíveis riscos de violência relacionados a um evento crítico ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas não acionou a Polícia Militar nem reforçou a segurança interna. O caso aconteceu na noite de terça-feira (9), quando o advogado Jeffrey Chiquini, o advogado Felipe Martins e os vereadores curitibanos Guilherme Kilter (Novo) e Rodrigo Marcial (Novo) foram agredidos por manifestantes no prédio histórico da instituição e precisaram sair sob escolta policial.
Segundo nota oficial assinada pela Reitoria, o evento — que abordaria o STF e a interpretação constitucional sob um viés crítico — gerou questionamentos e manifestações contrárias dentro da comunidade acadêmica, que o considerou uma afronta à defesa da soberania nacional e ao Estado Democrático de Direito. Diante da repercussão negativa nas redes sociais, a direção do setor jurídico da UFPR teria orientado sobre possíveis riscos à segurança, mas nenhuma medida preventiva foi tomada.
As agressões começaram quando estudantes e manifestantes bloquearam o acesso ao local, empurrando e hostilizando os convidados. Chiquini e Kilter relataram gritos de “recuo, fascista” e disseram ter sido encurralados na sala dos professores. A Polícia Militar, incluindo a tropa de choque, foi acionada apenas após o início do confronto, usando bombas de efeito moral para dispersar a multidão e garantir a saída dos palestrantes.
Em vídeo ao vivo no Instagram, Chiquini declarou: “Fui expulso da UFPR porque vim palestrar em um evento sobre o Estado Democrático de Direito. Apanhei de todo lado, estou sendo expulso por cerca de 500 pessoas.”
A Faculdade de Direito informou posteriormente que o evento havia sido cancelado minutos antes do início e atribuiu aos palestrantes parte da responsabilidade pelo tumulto, afirmando que, mesmo advertidos a não entrar no prédio, eles insistiram em participar. A Reitoria avaliou ainda que a atuação das forças de segurança foi “desproporcional” em relação aos manifestantes.
Testemunhas, como a advogada Anny Dias, relataram agressões físicas, furtos e hostilidade generalizada. Segundo ela, “foi horrível, bateram em pessoas, derrubaram um professor e hostilizaram completamente os convidados, chamando-os de fascistas”. Parte dos presentes teria afirmado que nem todos os agressores eram estudantes da universidade.
Fonte: Revista Oeste
Fonte: Diário Do Brasil