
Ibraheem Abu Mustafa – 9.set.2025/Reuters
Em uma ação inédita, o Exército de Israel afirmou nesta terça-feira (9) ter realizado um ataque direcionado contra a alta liderança do Hamas no Qatar. Várias explosões foram ouvidas na capital, Doha.
Foreign reports: Explosions in Doha, the capital of Qatar. First footage from Doha, the capital of Qatar. Did Hamas officials just die? pic.twitter.com/HIFI6B5Xzy
— Israel News Pulse (@israelnewspulse) September 9, 2025
Uma autoridade israelense confirmou à Reuters que o ataque teve como alvo dirigentes do grupo terrorista que participam das negociações indiretas para encerrar o conflito na Faixa Gaza.
Em comunicado, a força militar disse que medidas foram tomadas para minimizar danos a pessoas não envolvidas, mas não especificou onde a ação ocorreu.
O Qatar tem atuado como mediador para tentar encerrar a guerra que completa quase dois anos. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Majed Al Ansari, chamou a ofensiva de “covarde” e “criminosa”.
Ele afirmou que o Catar “não tolerará esse comportamento irresponsável de Israel e a contínua desestabilização da segurança regional, nem qualquer ato que ameace sua segurança e soberania”. O país abriu uma investigação.
O Qatar não mantém relações diplomáticas oficiais com Israel, mas era visto como um país amistoso no Oriente Médio —por isso, o governo de Binyamin Netanyahu aceitou que Doha fosse sede para as negociações indiretas de um acordo de cessar-fogo.
Com o ataque, esses esforços diplomáticos podem cair por terra. Além disso, pode afetar a imagem qatari, que se apresenta como um lugar seguro para negócios e turismo em uma região de instabilidade política.
Segundo a emissora Al Jazeera, que citou um funcionário do Hamas, a delegação foi atingida durante uma reunião de negociação do cessar-fogo. Ainda não há informações sobre vítimas ou sobre o impacto imediato nas negociações em andamento.
De acordo com a mídia israelense, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria dado sinal verde a Israel. Além disso, o ataque visava líderes importantes do Hamas, incluindo Khalil al-Hayya, chefe exilado de Gaza e principal negociador do grupo.
Em maio, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, havia prometido que al-Hayya seria morto.
Testemunhas da Reuters relataram ter ouvido várias explosões na capital do país e um morador afirmou ter visto fumaça subindo sobre o distrito de Katara.
Este texto está em atualização.
Fonte: Folha de S. Paulo
Fonte: Diário Do Brasil