O Atlas Mundial da Obesidade de 2025, da Federação Mundial da Obesidade (WOF,  na sigla em inglês), revela dados alarmantes sobre a saúde da população em Marília e no Brasil. Segundo o estudo, três em cada dez brasileiros convivem com a doença. O levantamento aponta que 12,9% das crianças entre 5 e 9 anos estão com sobrepeso, o que pode gerar consequências para a saúde no futuro. 
De acordo com o médico especialista em Ciência da Obesidade, Hormonologia, Longevidade e Saúde, Dr. Marcelo Bechara, a obesidade desencadeia diversos problemas de saúde. “A obesidade é uma doença crônica que afeta todo o organismo. Está diretamente associada a condições como hipertensão, diabete e AVC (Acidente Vascular Cerebral). O alto índice de gordura corporal está relacionado a 13 tipos de cânceres”, explica Bechara. 

Pior: a tendência
é crescente

Os números revelam uma tendência crescente. Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), as taxas de obesidade crônica no Brasil aumentaram mais de 70% entre 2006 e 2019, passando de 11,8% para 20,3%. Agora, o novo levantamento mostra que a situação é ainda mais crítica, com 68% da população apresentando excesso de peso – 31% com obesidade e 37% com sobrepeso.

Impactos na saúdee sedentarismo

O relatório destaca que a obesidade vai muito além da questão estética, representando um fator de risco para diversas doenças crônicas. Dados de 2021 indicam que cerca de 60.900 mortes prematuras no Brasil foram associadas a doenças não transmissíveis relacionadas ao excesso de peso, como diabetes tipo 2 e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Outro fator preocupante é o sedentarismo. O estudo aponta que metade da população brasileira não pratica atividade física na frequência e intensidade recomendadas, o que contribui para o avanço da obesidade e de outras complicações de saúde.

Cenário global e medidas de controle

A Federação Mundial da Obesidade estima que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem atualmente com obesidade, e esse número pode ultrapassar 1,5 bilhão até 2030. A entidade alerta para a necessidade de políticas públicas eficazes para conter o avanço da doença, sugerindo medidas como:

• Rotulagem clara de alimentos para orientar escolhas mais saudáveis;

• Tributação de produtos ultraprocessados e ricos em açúcar associados ao ganho de peso;

• Promoção da atividade física para estimular hábitos mais saudáveis na população.

Diante do crescimento acelerado da obesidade no Brasil, especialistas reforçam que políticas preventivas e mudanças no estilo de vida são fundamentais para evitar impactos ainda maiores na saúde pública e na qualidade de vida da população.

Dr. Marcelo Bechara é médico clínico e cirurgião geral, formado em Medicina pela Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) há mais de 16 anos. Com  especializações em Longevidade e Saúde, Hormonologia e Ciência da Obesidade, emagrecimento e Reposição Hormonal Masculina na  Harvard Medical School.

Compartilhar matéria no
Alarmante: três em cada dez marilienses vivem com obesidade, e sete em cada dez moradores têm sobrepeso, aponta o  Atlas Mundial da Obesidade 2025. A gordura ainda desencadeia muitos tipos de doenças fatais e 13 tipos de cânceres. Confiraestudo geral