O sobrepeso é um mal que afeta mais de 57% da população brasileira, conforme aponta a pesquisa Vigitel 2021, elaborada pelo Ministério da Saúde. Uma parcela desse número é composta por pessoas que estão dispostas a entrar no próximo verão com corpo em forma. Mas a matrícula na academia e as mudanças de hábitos alimentares ocorrem quase que às vésperas da chegada mais quente do ano.
Além disso, esse comportamento muitas vezes é sazonal: o indivíduo consegue praticar atividades físicas e se alimentar com qualidade durante a semana, mas não resiste ao churrasco e à cerveja do sábado e do domingo. Para esses, o melhor é pensar em alcançar o corpo ideal no verão de 2024 ou 2025.
Mas a ciência avançou, e hoje há métodos inovadores que contribuem para a melhora da alimentação. O balão intragástrico é uma ferramenta poderosa para ajudar nessa mudança de hábitos. “O balão intragástrico é, literalmente, uma bola de silicone, e no seu interior contém 400 a 700 ml de uma solução salina e azul de metileno”, explica o Dr. Leonardo Salles de Almeida, cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO).
“O benefício que o balão oferece ocorre porque ele ocupa uma boa parte do volume do estômago, diminuindo a quantidade necessária de comida para preencher a região e gerar a sensação de saciedade no paciente. Por isso, o balão inibe o consumo excessivo de comida, levando a uma perda significativa de peso em pouco tempo”, explica o médico.
Segundo o especialista, a perda média do peso corporal chega a 20% em 6 meses, e no período de um ano alcança os 30%. “Esse desempenho é que garante a eficácia do balão nos pacientes. E com a vantagem de não precisar de cirurgia ou corte na introdução ou retirada, nem de internação hospitalar”, explica Leonardo Salles. O balão é instalado ainda vazio dentro do estômago, por meio de endoscopia, e a retirada ocorre pelo esvaziamento e retirada também através do procedimento.
Contraindicações
O uso do balão intragástrico é indicado em diversos casos: para quem sofre com sobrepeso e que esteja com índice de massa corporal (IMC) acima de 27, e também para pacientes que tiveram ganho de peso acima de 10% do peso normal ou que tenham dificuldades de emagrecer pelos métodos convencionais.
“Nós também recomendamos para mães em período pós-gestacional com dificuldade de perda de peso, pois é o momento mais frequente de início do descontrole do peso em mulheres, e para o controle da hipertensão arterial e de diabetes tipo II em pacientes obesos. Há ainda benefícios para pessoas que sofrem de apneia do sono e que têm sobrepeso na adolescência. O balão intragástrico também auxilia no pré-operatório de pacientes obesos em cirurgias, incluindo a bariátrica, Reduzindo os riscos da cirúrgia”, orienta o médico Leonardo Salles.
Por outro lado, ela não é recomendada para quem já passou por uma cirurgia gástrica ou esofágica. O balão também é contra-indicado aos pacientes que sofrem de hérnia de hiato grandes e para dependentes químicos que não estão em controle. Para estes casos, temos outros procedimentos, mas que tem sua indicação analisada caso a caso.