O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, criticou nesta terça-feira, 9, a forma de divulgação de boletins diários de infectados e de mortos pela covid-19 que adotava o governo federal. “Eu estava somando contas que não existem, que não eram somáveis. Marcando um horário para apresentar uma informação que não dizia nada aos gestores e ao nosso país”, disse Pazuello em audiência na Câmara dos Deputados.

Pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde prepara uma nova forma de apresentar os dados da covid-19. A ideia é destacar a data em que o óbito ocorreu. Antes, a pasta dava maior destaque para a soma de vítimas do dia com casos de outras datas, cuja investigação sobre a causa da morte foi concluída nas últimas 24 horas.

Pazuello afirmou aos deputados que o ministério não deixará de divulgar mortes de outros dias que ainda estavam sob análise. “Não existe como reduzir ou limitar número de óbitos.” “Se não olharmos para a data do óbito, o gestor não consegue entender o que está acontecendo na sua cidade, não consegue ter medidas para corrigir”, disse o ministro.

O desejo de Bolsonaro, no entanto, não deve ser totalmente concretizado, pois a pasta promete ainda divulgar o acumulado de vítimas.

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‘Boletins antigos da covid-19 não diziam nada a gestores’, diz Pazuello