
Colossal Bioscience, empresa de biotecnologia com sede em Dallas, afirmou ter recriado o extinto “lobo terrível” (dire wolf), espécie que desapareceu há mais de 10 mil anos.
Embora os filhotes híbridos Romulus, Remus e Khaleesi tenham nascido em outubro de 2024, a novidade agora é o questionamento crescente da comunidade científica sobre a veracidade das alegações da empresa.
A Colossal Bioscience, empresa de biotecnologia com sede em Dallas, afirmou ter recriado o extinto “lobo terrível” (dire wolf), espécie que desapareceu há mais de 10 mil anos.
Embora os filhotes híbridos Romulus, Remus e Khaleesi tenham nascido em outubro de 2024, a novidade agora é o questionamento crescente da comunidade científica sobre a veracidade das alegações da empresa.
O episódio ganhou destaque após um dos animais aparecer na capa da revista Time, apresentado como o retorno de uma espécie extinta.
A empresa realizou 20 alterações genéticas em 14 genes de lobos cinzentos, utilizando informações extraídas de fósseis de até 72 mil anos.
As modificações deram aos filhotes traços físicos inspirados nos dire wolves, como ombros mais largos, dentes ampliados e pelagem branca.
Os embriões geneticamente modificados foram implantados em cadelas domésticas, com os nascimentos ocorrendo por cesariana.
Apesar da exibição pública e da autopromoção como “a primeira companhia de de-extinção do mundo”, a Colossal passou a ser criticada por cientistas que rejeitam a ideia de que a espécie tenha sido verdadeiramente ressuscitada.
Para Vincent Lynch, professor de biologia evolutiva da Universidade de Buffalo, os animais não são dire wolves, mas lobos cinzentos com alterações estéticas. “É desonesto. Eles estão fazendo isso para obter engajamento público e cobertura favorável da imprensa”, afirmou ao jornal The Telegraph.
Neil Shubin, professor da Universidade de Chicago, alertou para a falta de transparência do projeto, que até agora não apresentou nenhum estudo científico publicado nem dados técnicos revisados por pares. “Sem um artigo, sem métodos públicos, tudo permanece uma caixa-preta”, disse.
Robin Lovell-Badge, geneticista do Instituto Francis Crick de Londres, também contestou a validade científica das alegações da Colossal. “Esses lobos brancos estão longe de ser dire wolves. Há muitas diferenças genéticas entre eles, e a empresa alterou apenas uma fração”, afirmou.
O geneticista considerou o projeto como “superestimado” e comparável à recente criação de um “camundongo lanoso”, apresentado pela empresa como um passo em direção ao retorno do mamute-lanoso.
A Colossal mantém os filhotes em uma propriedade privada de 2 mil acres no norte dos Estados Unidos e continua promovendo seus projetos de recriação de espécies extintas como o dodô e o tigre-da-Tasmânia.
Para a comunidade científica, a iniciativa representa mais marketing do que avanço real em biotecnologia. O consenso entre os especialistas é que os dire wolves continuam extintos.
Fonte: O antagonista
Fonte:Diário Do Brasil