A cirurgia, que foi um sucesso, foi a primeira do tipo realizada na América Latina e durou, no total, sete horas
Sete horas. Este foi o tempo que durou uma cirurgia inédita para reconstrução do rosto de uma paciente brasileira a partir da colocação de próteses de titânio. Os materiais foram confeccionados na Alemanha com impressão 3D.
Cuidado especial com o olho da paciente
Sthefane Felipe Verteiro, de 23 anos, sofreu um acidente durante o deslocamento de sua casa para o trabalho, no ano passado.
Uma colheitadeira bateu na moto em que ela estava, na rodovia entre Bela Vista do Paraíso e Sertanópolis, no Paraná.
A brasileira sofreu traumatismo craniano, fraturou os dois punhos, a tíbia e a fíbula da perna esquerda.
Enquanto estava hospitalizada, ainda desenvolveu trombose e embolia.
Apesar de estar usando capacete, o impacto tornou impossível reconstruir os ossos do crânio, exigindo a colocação de placas.
Além disso, houve a perda de gordura que envolve o olho esquerdo, a gordura periorbital.
Com os tecidos danificados e sem sustentação da gordura, o globo ocular mudou de posição e afundou, o que causou a visão dupla (diplopia).
Cirurgia foi um sucesso e brasileira se recupera bem
Diante da gravidade da condição da paciente, os médicos decidiram realizar um procedimento inédito de reconstrução facial. A cirurgia contou com equipes médicas e até técnicos de informática do Paraná, São Paulo e da Alemanha.
Foram realizados exames de imagens, como ressonância e tomografia, para dimensionar a perda de tecidos e projetar uma prótese 3D em titânio precisa. As próteses foram desenvolvidas no formato de quebra-cabeça e uma guia de perfuração tridimensional foi usada para o encaixe perfeito das peças.
Durante a cirurgia, o globo ocular foi colocado na posição correta, alinhado ao olho direito. Isso foi feito por meio de uma técnica chamada espelhamento, na qual o olho que não foi danificado foi espelhado para a confecção da prótese.
Sthefane se recupera bem e está fazendo fisioterapia também dos olhos. A previsão da equipe médica é que em 30 dias o rosto esteja mais desinchado e, em três meses, ela possa retomar a vida normal. As informações são do UOL.
Por Alessandro Di Lorenzo do Olhar Digital