Diante de uma fila de 42 mil pessoas à espera de um transplante, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) alerta para a falta de cadastros completos no sistema da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo).
Segundo o CNJ, que desde abril coordena a campanha “Um só coração: seja vida na vida de alguém”, quase metade dos 7,3 mil inscritos ainda não concluiu o cadastro, ficando de fora do Sistema Nacional de Transplantes.
Cerca de 45% dos inscritos preencheram o formulário digital, mas não passaram pela fase seguinte: uma videoconferência com tabelião de cartório – a quem cabe identificar e dar fé da vontade do doador.
O CNJ afirma que somente depois dessa etapa é que o solicitante obterá um documento oficial atestando sua condição de doador de órgãos, além de ter seu nome disponibilizado no Sistema Nacional de Transplantes.
A juíza auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça Liz Rezende afirma que a videoconferência é um passo fundamental e faz um apelo para que, em caso de demora, o próprio cidadão tome a iniciativa de procurar o cartório.
“Essa é uma atitude nobre que pode salvar vidas”, reforçou. Ela lembra que, em junho, o CNJ dispensou a necessidade de selo eletrônico para autenticação da Aedo, pois isso vinha dificultando a conclusão do cadastro.
A magistrada representa o CNJ em um acordo de cooperação celebrado com o Ministério da Saúde. Os dados apontam que, das 42 mil pessoas que aguardam um transplante no Brasil, 500 são crianças.
No sistema da Aedo, o cidadão poderá marcar quais órgãos está disposto a eventualmente doar, entre medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração. Há a opção de marcar todas as alternativas.
Conforme o CNJ, só em 2023, três mil pessoas morreram à espera do transplante. O rim é o órgão mais demandado, seguido por fígado, coração, pulmão e pâncreas.
O formulário de inscrição está disponível no site www.aedo.org.br ou pelo aplicativo e-Notariado. Em seguida, é marcada a videoconferência com o tabelião. A última etapa é a assinatura digital do documento.
Fonte: CNN