Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) faz
alerta sobre o risco do cancelamento de procedimentos eletivos
A gravidade da crise sanitária que o País enfrenta não permite qualquer outra prioridade que não a mais rápida e eficiente assistência aos pacientes com Covid-19. Os hospitais privados, nos últimos 12 meses, têm feito esforços extraordinários, apoiados pela competência e dedicação dos profissionais de saúde e de seus funcionários, para ampliar os recursos à disposição dos milhões de brasileiros atingidos pela pandemia.
A sociedade, os meios de comunicação e as autoridades nacionais têm reconhecido e aplaudido este esforço que se soma ao Sistema Único de Saúde (SUS) na tentativa de proteger a saúde da população do País em seu mais grave momento.
Neste contexto, recentes manifestações têm sugerido a proibição da prática de qualquer procedimento eletivo, cirúrgico ou não. O que aparentemente faria sentido, dadas às dificuldades do atual momento, envolve, no entanto, uma simplificação perigosa. Sob o título genérico de “eletivas”, abrigam-se situações totalmente diversas do ponto de vista dos pacientes.
Algumas são efetivamente adiáveis, sem qualquer repercussão ou risco. Muitas outras, porém, se postergadas, implicarão o agravamento da doença com inevitáveis consequências para o paciente e para o próprio sistema de saúde.
Tentar simplificar esta situação, pretendendo que a prioridade nacional contra a Covid-19 elimine sumariamente determinados procedimentos eletivos equivale a desconhecer a amplitude e a complexidade de situações que se apresentam diariamente aos hospitais brasileiros, mesmo em período de pandemia.
As melhores práticas em saúde, ao contrário, determinam o respeito à autonomia do médico que, mais que ninguém, poderá avaliar, inclusive considerando o momento atual, a necessidade inadiável de determinados procedimentos (cirúrgicos ou não). Da mesma forma, outra prática indispensável é o respeito à capacidade e ao profissionalismo com o qual os hospitais atuam na compatibilização da prioridade ao tratamento de paciente com Covid-19 e o respeito a outras urgências determinadas por escolha médica.
A Anahp continuará defendendo o que o bom senso indica: prioridade absoluta na luta contra a Covid-19, com a destinação de todos os profissionais, facilidades e equipamentos possíveis, e atendimento, quando indicado pela autonomia do julgamento dos profissionais médicos de casos específicos, necessários e obrigatórios envolvendo outras patologias.