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A proteína é essencial para a reparação dos tecidos, mas o seu consumo excessivo impõe uma carga de trabalho extra aos rins. Este órgão é responsável por filtrar os resíduos do metabolismo proteico, e uma sobrecarga crônica pode, em certos casos, comprometer sua função a longo prazo.

Por que a proteína exige mais dos rins do que outros nutrientes?

Diferente das gorduras e carboidratos, a proteína contém nitrogênio. Quando metabolizada, ela gera resíduos nitrogenados, como a ureia e a amônia, que precisam ser filtrados do sangue pelos rins e excretados na urina.

Quanto mais proteína você come, mais resíduos são gerados. Isso força os rins a entrarem em um estado de hiperfiltração, aumentando a pressão interna nos glomérulos (as unidades filtradoras) para dar conta da demanda extra.

O excesso de proteína é perigoso para todos?

Para pessoas com rins saudáveis, o órgão geralmente se adapta a essa carga extra temporária sem danos imediatos. O risco real é para quem já possui Doença Renal Crônica (DRC) incipiente ou fatores de risco (como diabetes e hipertensão).

Nesses grupos, a hiperfiltração acelera a perda da função renal. A National Kidney Foundation (EUA) alerta que dietas hiperproteicas podem ser prejudiciais para quem não sabe que já tem algum grau de comprometimento renal.

Condição RenalResposta ao Alto Consumo de ProteínaRisco
Rins SaudáveisAdaptação (Hiperfiltração temporária)Baixo (a curto prazo)
Doença Renal (DRC)Sobrecarga e dano aceleradoAlto(Progressão da doença)

Quais são os riscos de longo prazo da sobrecarga?

Além do desgaste potencial da filtragem, o excesso de proteína (especialmente animal) aumenta a carga ácida do corpo. Os rins precisam trabalhar mais para neutralizar esse ácido, o que pode levar à formação de cálculos renais (pedras).

A sobrecarga crônica sem hidratação adequada pode levar a várias complicações silenciosas ao longo do tempo. Os principais riscos fisiológicos incluem:

  • Desidratação leve: O corpo precisa de mais água para eliminar a ureia extra.
  • Cálculos renais: Aumento da excreção de cálcio e ácido úrico na urina.
  • Acidose metabólica: Dificuldade dos rins em equilibrar o pH do sangue.
  • Envelhecimento renal acelerado: Desgaste mais rápido das unidades filtradoras.

O tipo de proteína (animal vs. vegetal) faz diferença?

Sim. Proteínas animais (carne vermelha, ovos, laticínios) tendem a gerar mais resíduos ácidos e inflamatórios do que as proteínas vegetais (feijões, lentilhas, soja).

Estudos de Harvard sugerem que substituir algumas porções de proteína animal por vegetal pode reduzir o estresse sobre os rins, sendo uma estratégia mais segura para consumo a longo prazo

Como consumir proteína de forma segura para os rins?

A chave é a moderação e a hidratação. Para a maioria das pessoas ativas, não é necessário evitar proteínas, mas sim evitar extremos desnecessários e garantir que os rins tenham suporte.

Para proteger seus rins enquanto mantém uma boa ingestão proteica, adote estes hábitos simples:

  • Aumente a hidratação: Beba mais água para ajudar os rins a diluir e excretar a ureia.
  • Distribua o consumo: Não coma toda a sua meta proteica em uma única refeição pesada.
  • Inclua fontes vegetais: Intercale carnes com leguminosas para reduzir a carga ácida.
  • Monitore a saúde renal: Faça exames anuais (creatinina) se você consome muita proteína regularmente.

Com informações do CB RADAR

Fonte: Diário Do Brasil

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Como o excesso de proteína pode afetar o funcionamento dos rins?