A vacinação contra a COVID-19 vem sendo anunciada pelo governo desde meados do mês de dezembro, assim como os desafios da sua complexa logística. Não são apenas as questões sobre os diferentes tipos de vacina e da definição de grupos prioritários que preocupam as autoridades; a segurança das doses durante seu transporte também é um tema polêmico que exige estratégia rigorosa para evitar transtornos e desperdício.
Para evitar episódios como o que ocorreu na Argentina, onde quatrocentas doses da vacina Sputnik V tiveram que ser descartadas após ficarem fora da refrigeração necessária, sob a suspeita de sabotagem, o Brasil investe em lacres metálicos de segurança iguais aos utilizados por empresas de logística e laboratórios privados. A Metalacre é a empresa responsável por boa parte destes lacres metálicos, fornecendo para os principais players do mercado que irão atender parte da demanda ocasionada pela vacina.
“O lacre metálico é uma ferramenta de verificação fundamental para a distribuição de qualquer produto, já que representa uma garantia de que aquela mercadoria não foi violada”, afirma Marcelo de Carlis, diretor comercial da Metalacre, empresa especializada na fabricação e desenvolvimento de lacres metálicos de segurança. Segundo ele, ao contrário do cadeado, que pode ser aberto e fechado por meio de uma chave, o lacre metálico é de uso único e cada peça possui a sua identificação, que gera maior confiança e impede a substituição por peça dublê.
“O lacre metálico parte do endereço de origem com número de verificação e um QR code. Ao chegar no destino, ele precisa ser conferido e estar intacto com a mesma identificação, mesmo que a vacina percorra grandes distâncias, em trajetos complicados”, explica o executivo.
Ele complementa reforçando que a vacina contra a COVID-19 pode estar sendo cobiçada para venda no mercado paralelo porque já existem pessoas oferecendo o produto falso em diversos marketplaces, uma vez que a população está ansiosa e muitos não desejam esperar a ordem de prioridade determinada pelo governo. “A pressa em tomar as doses, não se importando em pagar mais caro por isso, pode estimular demandas não oficiais e render muito dinheiro para os mal-intencionados”, lembra o executivo.
Outro ponto que pode contribuir para este cenário é a alta expectativa em torno da vacina versus a enorme demanda – sobretudo pelo aumento de casos – e a oferta restrita, somadas à complexa distribuição em um país de dimensões como o Brasil. “Tudo isso pode levar a falhas de logística e facilitar os furtos e até mesmo sabotagens”, afirma de Carlis.
Localizada nas proximidades do Aeroporto Internacional de Guarulhos, a Metalacre será responsável por fornecer o item, considerado essencial nesse tipo de transporte, distribuição e armazenamento. “Estamos há mais de 37 anos no mercado, fabricamos um produto de alta confiabilidade. Registramos grande procura no segmento da saúde por conta da vacina e selamos importantes parcerias. É gratificante saber que somos uma pequena parte deste enorme desafio”, finaliza de Carlis.

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Covid-19: vacina enfrenta desafios de segurança e risco de sabotagem e furto