Segundo o médico e tricologista Ademir Leite Jr. 75% dos pacientes que atende em consultório são mulheres e, a maioria, com problemas de rarefação dos fios
Com quase duas décadas dedicadas ao estudo e atendimentos na área da tricologia, o médico Ademir Leite Jr. faz uma associação do que já observava nas ruas nos últimos anos com o substancial aumento de mulheres que o procuram para solucionar problemas de queda e tratar calvície. Segundo o tricologista, a calvície feminina tem se tornado comum e cada vez mais mulheres jovens têm apresentado quadros de rarefação dos cabelos.
Em consultório tratando pacientes com as mais diversas disfunções da saúde capilar, Ademir vê o crescimento do público feminino perdendo cabelo como sintoma de um estilo de vida desbalanceado, onde excessos de cobrança para conquistas, ansiedade, medos e as faltas de noites bem dormidas, alimentação equilibrada e real conexão com momentos de lazer e descanso são vistos como normais e, em muitos casos, valorizados nesses tempos atuais. “Em cidades e locais diferentes que frequentei dentro e fora do país passei a notar, sem muito esforço, o aumento da calvície feminina. Com isso, essas potenciais pacientes e os profissionais da saúde que recebiam essa demanda que aumentou tinham algo em comum: o despreparo para lidar com as causas e, consequentemente, o desconhecimento das variadas formas para tratamento disponíveis”.
Mas, sendo esse um problema crescente e piorado com as situações difíceis que a pandemia de coronavírus apresentou, o que as mulheres devem observar em seus cabelos e couro cabeludo para decidir em procurar ajuda de um tricologista contra queda de cabelos?
“Avaliar o aumento da perda de cabelos ou da maior exposição do couro cabeludo são sinais importantes para preocupação. Qualquer um desses sinais deve ser motivo para procurar ajuda profissional”, afirma.
UM AUMENTO DE 75%
Ademir relata que entre suas novas pacientes e as que já passaram em seu consultório um comportamento é peculiar. “Compram produtos antiqueda, ouvem de tudo, confiam em qualquer coisa que se apresente na internet, e, às vezes, tomam posturas e atitudes no desespero. Vitaminas, suplementos, cosméticos, o que encontrarem na frente que prometa uma solução rápida (e, se possível, definitiva) são alvos fáceis. Ou melhor, elas são alvos fáceis da oferta desses produtos que nem sempre “resolvem””.
O tricologista defende que tanto para diagnóstico quanto para tratamento, o paciente deve contar com uma rede multidisciplinar. “O profissional em tricologia que recebe o paciente com queda ou progredindo na calvície deve estar alerta a tudo o que pode agravar ou ser a causa. Para atender as mulheres vale lançar mão de adicionais: atenção e acolhimento.
“A queda capilar agride o feminino, enfraquecendo as mulheres de dentro para fora. Como tricologista, dar atenção as questões que vão além do que obviamente é buscado em consulta e em exames para assim sugerir a paciente mudanças que impactem na saúde capilar, no sucesso do tratamento, é um diferencial em meio a informações tão desencontradas. Fato é que, com a pandemia muitas mulheres ultrapassaram barreiras de estresse, do excesso de tarefas, sofreram com a vulnerabilidade metabólica. Então é fundamental que elas entendam que, muitas vezes, esse caos não pode ser resolvido com um produto facilmente encontrado na prateleira, ao contrário, quando procurar um profissional passa a ser uma das últimas alternativas essa perda de cabelos com causa desconhecida pode se tornar irreversível”, finaliza.
Ademir Leite Jr. (CRM 92.693) é médico e tricologista e diretor da Academia Brasileira de Tricologia. É certificado como Tricologista pela Internacional Association of Trichologists (IAT). Membro e diretor da IAT. Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, e da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Associação Paulista de Medicina Psicossomática. Professor do curso de Pós-Graduação da Universidade Anhembi Morumbi e Faculdades Oswaldo Cruz – SP/SP. Autor dos Livros: “Como Vencer a Queda Capilar”, publicado em 2012 pela CAECI Editorial, “Socorro, Estou ficando careca”, publicado pela Editora MG em 2005, “Tem alguma coisa errada comigo – Como entender, diagnosticar e tratar a Síndrome dos ovários Policísticos”, publicado pela Editora MG em 2004 e “É outono para meus cabelos – Histórias de mulheres que enfrentam a queda capilar” – Editado pela Editora Summus.