No dia 10 de outubro é comemorado, anualmente, o Dia Internacional da Saúde Mental. A data serve para conscientizar a população sobre a importância de cuidar da mente, principalmente em um cenário no qual a quantidade de vítimas da depressão, estresse e ansiedade só aumenta.
Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) aponta que os casos de depressão aumentaram 90% e o número de pessoas que relataram sintomas como crise de ansiedade e estresse agudo mais que dobrou entre os meses de março e abril do último ano.
Além da pandemia e as consequentes mudanças bruscas de rotina que foram necessárias nesse período, um fator que contribui diretamente para a piora da saúde mental é a obesidade e a falta de exercícios físicos. “A investigação da associação entre atividade física e depressão tem uma longa história. Uma revisão sistemática recente encontrou uma indicação de que a atividade física pode prevenir depressão futura”, explica Marco Dourado, profissional de educação física da Bodytech Brasília. O exercício físico tem um efeito neuroprotetor no organismo, e estudos mostram que pessoas ativas apresentam níveis mais baixos de cortisol durante repouso ou submetidos a um fator estressor, quando comparados a sedentários.
Sem contar que durante a prática de atividades físicas são liberadas a endorfina, também conhecida como hormônio da alegria, e promove sensação de bem-estar, e a dopamina, que traz um efeito tranquilizante e analgésico na pessoa que o pratica.
“Sobrepeso e obesidade também têm sido associados à depressão, além de serem fatores agravantes para o estado geral de saúde. Os efeitos do exercício no cérebro são únicos no sentido de melhorar a saúde mental, funções cognitivas e reduzir fatores periféricos. Ou seja, se movimentar é essencial para uma boa saúde mental”, finaliza.
A médica psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, Renata Figueiredo, complementa que ser ativo é mais importante para a saúde mental do que se pensa. “Praticar exercícios físicos reduz os níveis de estresse e ansiedade de forma considerável, além de melhorar a capacidade cognitiva da pessoa”, destaca. “A endorfina, liberada durante o exercício, é conhecida como hormônio da felicidade. Bons níveis dessa substância trazem melhora na qualidade do sono, disposição física e mental, melhora de memória e fortalecimento do sistema imunológico”, conclui.
O especialista em Exercício Físico para Grupos Especiais da Bodytech Brasília, Márcio Oliveira da Silva, aponta que exercícios físicos podem ter um papel muito importante no combate à retenção de líquidos. “Praticar exercícios faz com que o sangue circule de uma forma mais ‘forte’, levando mais nutrientes para todo o corpo e eliminando as toxinas”, explica.
O profissional complementa que, para se ter resultados, é recomendado 30 a 60 minutos de atividade física por dia. “Os exercícios podem ser aeróbico ou musculação, e a pessoa também precisa ingerir de 2,5 a 3 litros de água por dia”, fala Márcio.
Márcio ainda ressalta que a ingestão de líquidos não é benéfica só para diminuir o inchaço. “As pessoas que ingerem a quantidade adequada de água têm peles, unhas e cabelos mais saudáveis, têm menos toxinas no corpo, além de prevenir cálculo renal”, finaliza.

Alimentação também pode ser aliada
Isabela Zago, nutricionista da Clínica Corporeum explica que o principal fator para a retenção é a desidratação, que é a falta de água no organismo, portanto é preciso aumentar consideravelmente a ingestão hídrica. “A alimentação é uma das chaves no combate e prevenção ao inchaço, por isso, é importante incluir alimentos frescos, chás, e evitar ao máximo o consumo de industrializados e ultraprocessados”, adiciona.
“A alimentação desregrada aumenta a inflamação do corpo, não só o inchaço em decorrência da falta de água, mas o estresse, a indisposição e tantos outros problemas. Portanto, ela é uma aliada crucial no combate e prevenção desses problemas”, conclui.

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Especialistas explicam como uma rotina de exercícios é importante para a saúde mental
No Dia Mundial da Saúde Mental, saiba como a obesidade e o sedentarismo são fatores de risco para o aumento de casos de ansiedade, estresse e depressão