Pesquisadores realizaram testes para comparar o hábito de não comer ovos, consumir três claras por dia e comer três ovos inteiros por dia
Um estudo divulgado na revista científica Nutrients tenta acabar com uma antiga discussão. Afinal, o ovo faz bem à saúde? Pesquisadores realizaram testes para comparar o hábito de não comer ovos, consumir três claras por dia e comer três ovos inteiros por dia.
Ovos: vilões ou mocinhos?
- Estudos já levantaram a hipótese de que a ingestão de ovos aumenta o colesterol “ruim”, além de marcadores inflamatórios associados a doenças cardíacas e diabetes.
- Outros pesquisadores, no entanto, descrevem os benefícios do consumo com base na densidade nutricional.
- Na nova pesquisa, os cientistas descobriram que o grupo que consumiu ovos inteiros diariamente teve um aumento significativo na colina, um nutriente encontrado nas gemas e associada ao aumento de um metabólito conhecido como TMAO, que está ligado a doenças cardíacas.
- No entanto, o estudo aponta que o TMAO não mudou, apesar do aumento da presença de colina no organismo.
O que os pesquisadores concluíram
No estudo, os pesquisadores também não verificaram alterações adversas na inflamação ou nos níveis de colesterol no sangue. E descobriram que comer ovos inteiros teve menos impacto negativo nos marcadores associados ao risco de diabetes do que comer clara de ovo.
No geral, os participantes apresentaram maior densidade de nutrientes em sua dieta ao consumirem ovos inteiros, além de maior hematócrito, uma medida da densidade de glóbulos vermelhos no sangue, que pode ser reduzida na anemia.
O trabalho incluiu participantes do sexo masculino e feminino. Cerca de metade das mulheres tomavam uma pílula anticoncepcional, e as amostras de sangue daquelas que não tomavam a pílula apresentaram aumentos muito mais notáveis na proporção de colesterol total em relação ao colesterol HDL, que é considerado um fator de risco para doenças cardíacas.
De acordo com os pesquisadores, o resultado foi o oposto do se esperava, porque os medicamentos anticoncepcionais hormonais são frequentemente associados a alterações metabólicas adversas. Mas, neste caso, houve um efeito mais protetor em resposta aos óvulos.
As participantes do sexo feminino que não tomavam pílula também apresentaram aumentos nos monócitos sanguíneos em comparação com as participantes que tomavam a pílula.
Então, a partir de agora, pode consumir ovo à vontade. Ele faz bem à saúde.
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi | Olhar Digital