A Santa Casa de Marília, o HBU (Hospital Beneficente Unimar), a Maternidade Gota de Leite, o HEM (Hospital Espírita de Marília) e a Santa Casa de Pompeia se uniram à CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas) em campanha nacional por mais recursos do SUS (Sistema Único de Saúde) e pela sobrevivência das instituições filantrópicas de saúde.
Entre as ações definidas em reunião que aconteceu na manhã deste dia 12 de abril, no salão de reuniões da Santa Casa de Marília, estão mobilizações internas e busca de apoio político junto a prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, MP (Ministério Público), bem como a mobilização de toda a sociedade. Paralisação de serviços também está prevista para acontecer no dia 19 de abril.
O provedor da Santa Casa de Marília, Norival Carneiro Rodrigues, ressaltou que os hospitais filantrópicos precisam ser valorizados. “Realizamos 56% dos procedimentos SUS do País e se falarmos em alta complexidade este número sobe para 70%. Por conta desta grande defasagem existente na tabela SUS é que muitas unidades hospitalares estão prestes a fechar as portas. Para evitar que isso aconteça, temos que unir forças e aderir ao movimento da CMB”.
Os gestores deixaram bem claro que são favoráveis à aprovação do projeto que reajusta o piso salarial dos profissionais de enfermagem. Porém, é preciso que o governo federal garanta recursos para que os hospitais beneficentes possam arcar com este aumento de gastos, mais o déficit que já vinha sendo gerado por conta da defasagem da tabela SUS.

A mobilização
O movimento “Chega de Silêncio!” é coordenado nacionalmente pela CMB para que gestores e profissionais de saúde rompam o silêncio e exponham a crise da maior rede hospitalar do SUS. Vídeos e materiais de divulgação foram produzidos e estão sendo veiculados com o intuito de fazer chegar até os parlamentares e governantes a grave crise vivida por hospitais filantrópicos de todo o País. O objetivo é buscar apoio para que muitas dessas unidades hospitalares não fechem as portas. De acordo com a CMB, o setor filantrópico vive a maior crise da história e faz movimento para sobrevivência. Com ação em tramitação que impacta ainda mais o financeiro dos hospitais, confederação se mobiliza em clamor por recursos.
Filantrópicos requerem a alocação imediata de R$ 17,2 bilhões anuais para o equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS.
Tabela SUS
Desde o início do plano real, em 1994, a tabela SUS e seus incentivos foi reajustada, em média, em 93,77%, enquanto o INPC (Índice de Preços no Consumidor) foi em 636,07%, o salário-mínimo em 1.597,79% e o gás de cozinha em 2.415,94%.
Este descompasso brutal representa R$ 10,9 bilhões por ano de desequilíbrio econômico e financeiro na prestação de serviço ao SUS, de todo o segmento. A preocupação em manter o trabalho tem, agora, outro alerta: tramita na Câmara Federal, com votação prevista para os próximos dias, o projeto de lei 2564/20, originário e aprovado no Senado, e que institui o piso salarial da enfermagem. O impacto da proposta para os hospitais filantrópicos que prestam serviços ao SUS é estimado em R$ 6,3 bilhões. Se não houver políticas imediatas, consistentes, de subsistência para estes hospitais, dificilmente suas portas se manterão abertas e a desassistência da população é fatal.