Novas estruturas, chamadas nanotubos dendríticos, podem explicar como a doença se propaga ao nível celular

Imagem: Antonio Marca/Shutterstock
Pesquisadores identificaram um novo tipo de nanotubo nos neurônios maduros, chamado nanotubo dendrítico (DNT), que conecta dendritos, as ramificações dos neurônios, e transporta materiais como íons de cálcio e pequenas moléculas.
Diferente dos nanotubos de tunelamento (TNTs), os DNTs têm extremidades fechadas e formam uma ponte física distinta das sinapses tradicionais, sendo identificados em tecido cerebral de camundongos e humanos usando microscopia avançada e aprendizado de máquina.

Disseminação de beta-amiloide e Alzheimer
- O estudo, publicado na Science, mostrou que os DNTs podem transportar peptídeos beta-amiloide (Aβ) entre neurônios.
- Em testes com fatias de cérebro de camundongos, os DNTs espalharam beta-amiloide para células vizinhas, enquanto a inibição da formação dos nanotubos reduziu essa disseminação.
- Modelos computacionais sugerem que a densidade de DNTs aumenta antes da formação de placas amiloides, indicando um papel potencial no início da doença de Alzheimer.
- “Nosso modelo computacional corroborou essas descobertas, fornecendo assim uma ligação mecanicista entre as alterações dos nanotubos e a progressão da patologia da doença”, disseram os autores do estudo.

Implicações para o futuro
Embora os DNTs ainda sejam pouco compreendidos, o estudo fornece novos insights sobre como a doença de Alzheimer pode se propagar em nível celular. Compreender essas estruturas pode abrir caminhos para intervenção precoce e novas abordagens terapêuticas.
Pesquisas futuras devem explorar outros papéis dos DNTs na função cerebral e na progressão de doenças neurodegenerativas, destacando a importância de estudar essas “pontes celulares” na saúde e na doença.

Fonte: Olhar Digital