Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein
Uma nova geração de próteses de joelho totalmente customizadas chega ao Brasil com a perspectiva de melhorar o resultado em termos de dor e mobilidade após a cirurgia. Atualmente, cerca de 15% a 20% dos pacientes que passam pelo procedimento não ficam totalmente satisfeitos com o resultado. Por se tratar de uma cirurgia de grande porte, muitos acabam adiando essa decisão, o que leva a deformidades maiores.
A nova tecnologia permite produzir uma prótese sob medida para cada paciente. A partir de imagens de tomografia computadorizada, a prótese é confeccionada em impressora 3D no tamanho e formato exatos para aquela pessoa. Os instrumentais também são customizados. Ela é produzida nos Estados Unidos e leva em média de seis a oito semanas para ficar pronta e chegar ao Brasil.
“É como um ‘lego’: vem em peças customizadas que se encaixam para cortes ósseos. A cirurgia é mais rápida e conseguimos preservar mais estoque ósseo e restaurar melhor a anatomia original”, explica o ortopedista Moisés Cohen, do Hospital Israelita Albert Einstein, cirurgião que realizou o primeiro procedimento do tipo no Brasil. Outra vantagem é ter na sala cirúrgica apenas uma pequena caixa com tudo o que é necessário, em vez de um grande número de embalagens.
Os resultados são melhores quando o paciente opera no momento correto. “Infelizmente, há uma cultura de demorar muito para fazer a cirurgia. Os pacientes esperam o joelho ficar torto, duro, para aceitar”, lamenta o especialista. E, nessas condições, a prótese customizada pode não ser indicada. “Costumo dizer que, se o paciente com artrose do joelho pensa no joelho 25 horas por dia, ao sentar, entrar no carro, se evita viagens por causa da dor, se isso está impactando a qualidade de vida e mexendo com o psicológico, é o caso de indicar a cirurgia.”
Desgaste natural
A cartilagem articular do joelho é um tecido que recobre o osso e permite que a articulação entre o fêmur, a tíbia e a patela se movimente sem causar atrito entre eles. O envelhecimento, lesões ou fraturas e até mesmo a obesidade acabam provocando um desgaste desse tecido. A prótese é feita quando o tecido natural não consegue mais desempenhar sua função corretamente, provocando dor e perda de mobilidade.
Desde a década de 1970, as próteses de joelho têm evoluído muito, tanto em termos de design quanto em instrumentos e técnicas utilizados. A customizada está no topo dessa evolução.
O material utilizado nas próteses é uma liga metálica de cromo e cobalto que é compatível com o organismo e que aceita grande polimento, o que reduz o coeficiente de atrito. Se antes duravam entre 5 e 10 anos, hoje fala-se em 15 a 20.
Fonte: Agência Einstein