Quantas vezes você ouviu alguém dizer que estava fazendo reeducação alimentar para poder perder peso e se manter magro? A forma como lidamos com a nossa dieta é importante para a saúde, para a silhueta, para a autoestima e pode ser aprendida ainda na infância.
Flávia Montanari é nutricionista materno-infantil da Liga da Cozinha Afetiva (projeto que busca reaproximar as pessoas do alimento e do ato de cozinhar quebrando as barreiras que foram criadas ao longo dos anos ressignificando o ato de se alimentar) e conta que incentivar as crianças a irem para a cozinha, participar do processo de preparo das refeições é uma maneira de diverti-las, entretê-las e uma estratégia significativa para estimular a alimentação saudável.
“Envolver a criança nas tarefas da cozinha – desde a compra dos alimentos até o preparo de alguma receita – é um dos fatores determinantes para criar bons hábitos alimentares ainda na infância e impactar a forma como essa criança vai se alimentar na idade adulta”, afirma.
Levar a turminha para a cozinha pode ser ainda importante para criar boas memórias em família, estimular o vínculo afetivo e muito mais. Flávia lista cinco motivos importantes para deixar que soltem o chef que existe em cada um:
• Estimular a alimentação saudável: pelo fato de ter uma ligação direta com o alimento enquanto estiver fazendo as atividades, como a escolha dos ingredientes e colocar a mão na massa, literalmente, sob a supervisão de um adulto, estimula a criança a provar novos sabores. “Neste momento, pais e cuidadores podem explicar para a criança os benefícios daquele alimento e o quanto vai impactar na saúde dela. Ao invés de dizer apenas que cenoura tem vitamina A, fale da importância dessa vitamina para os olhos”, ensina a nutricionista.
• Aperfeiçoar os sentidos: ao tocar os alimentos, a criança vai sentir sua forma, textura, temperatura e aroma. Ao provar o que ela ajudou a preparar, deve ser incentivada a comer devagar, percebendo todos os sabores e texturas na boca.
• Melhora da coordenação motora: Flávia conta que pequenos gestos, como lavar um alimento ou utensílio, misturar os ingredientes, cortar o ingrediente sob supervisão do adulto são atividades que estimulam as habilidades manuais.
• Organização e paciência: precisamos dessas duas características na vida adulta e ela pode ser treinada na cozinha. Afinal, é preciso ter todos os ingredientes e utensílios separados para poder fazer uma receita, esperar o tempo de cocção e até de esfriar para podermos comer. Nada fica pronto num passe de mágica e a cozinha é o melhor local para vivenciar isso!
• Fortalecer vínculos afetivos: todo mundo lembra, com saudade, de alguma comida gostosa da infância. Passar momentos com os filhos na cozinha é uma maneira de estreitar os laços familiars e criar essas memórias afetivas que são tão significativas.
“Cozinhar com as crianças permite que elas conheçam a história da família por meio de receitas passadas de geração em geração e também por estarem juntos à mesa, transmitindo valores e conversas”, conclui Flávia.
Cada faixa etária tem uma dinâmica diferente na cozinha, sempre com a supervisão de um adulto:
Menores de dois anos: Tem uma participação menos ativa, mas não menos importante. Enquanto estiver preparando alguma receita, sempre que possível, deixe o seu filho no cadeirão para lhe observar cozinhando e poder sentir os aromas espalhados pela casa. Permita que ele toque, amasse, experimente os alimentos. Dê a ele, utensílios para estimular a coordenação motora desde cedo.
Dois a três anos: Com o aprendizado da fala, o diálogo deve estar sempre presente, portanto, explique sobre os alimentos e os benefícios para seu filho. O contato com o alimento é necessário. Para algumas receitas, é possível já misturar alguns ingredientes.
Três e seis anos: Misturar os ingredientes, amassar, esticar com o rolo, untar a forma, limpar a mesa e a bancada são exemplos de atividade que podem ser feitas na cozinha.
A partir dos sete anos: Todas as atividades anteriores, além de manusear alguns utensílios, como o liquidificador, lavar a louça e colocar a mesa podem ser realizadas por esta faixa etária.
SOBRE A LIGA DA COZINHA AFETIVA
O feliz encontro de 4 mulheres: as pediatras Dra. Flávia Oliveira, Dra. Renata Aniceto, a nutricionista materno infantil Flávia Montanari e a chef coach Paula Duarte que já estão na estrada da Medicina Culinária há tempos, empoderando famílias e profissionais de saúde.
Quatro profissionais apaixonadas por culinária, ciência e afeto.
O profeto LIGA DA COZINHA AFETIVA visa reaproximar as pessoas do alimento e do ato de cozinhar quebrando as barreiras que foram criadas ao longo dos anos ressignificando o ato de se alimentar. Com embasamento científico e foco na quebra de paradigmas relacionados à nutrição, valorizar os alimentos além dos nutrientes.
A Liga lançou um ebook exatamente com esse objetivo: desmistificar os paradigmas em torno da dificuldade de cozinhar, aliando dicas práticas e também técnicas, nomeado ESSÊNCIA: Medicina do Estilo de Vida e Culinária Afetiva do Projeto Liga da Cozinha Afetiva, o produto já está disponível para venda. Saiba mais em @ligadacozinhaafativa

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