Quando envelhecemos, todo o nosso corpo muda. Com os olhos, isso não é diferente. Pesquisadores da University College London descobriram que a pupila muda a maneira de reagir às cores do ambiente, à medida que se envelhece.
Para alcançar essa descoberta, publicada na Scientific Reports no último mês de dezembro, os cientistas analisaram 17 adultos com idade média de 27 anos e 20 idosos com idade média de 64. Todos tiveram o diâmetro das pupilas medido por uma câmera de rastreamento ocular durante a exposição a 26 cores diferentes, cada uma por cinco segundos.
A câmera registrou as mudanças no diâmetro da pupila cerca de mil vezes por segundo. É que quando vemos cores, nossas pupilas se contraem em resposta a mudanças na luminosidade.
O olhar sobre as cores muda
E foi justamente com essas informações que o grupo descobriu que o diâmetro da pupila de idosos se contraía menos em comparação com os mais jovens. Segundo o estudo, as mudanças foram ainda mais notáveis para tons de verde e magenta.
Ou seja: o ser humano se torna fisiologicamente menos sensível ao colorido do ambiente conforme envelhece. Então as cores desbotam com o tempo e o olhar se torna menos sensível ao nível relativo de saturação das cores verde ou magenta.
A informação pode ajudar a explicar por que as preferências de cores mudam com o passar do tempo. A teoria do time de oftalmologistas é que o envelhecimento traz um declínio na sensibilidade aos níveis de saturação das cores no córtex visual primário, a parte do cérebro que recebe, integra e processa a informação visual comunicada pelas retinas.
Como o ser humano enxerga as cores?
A American Academy of Ophtalmology diz que o espectro visível para humanos fica entre a luz ultravioleta e a luz vermelha, e apresenta a estimativa de que os humanos podem distinguir até 10 milhões de cores.
“Quando a luz atinge um objeto, o objeto absorve parte dessa luz e reflete o restante. Essa luz refletida entra primeiro no olho humano através da córnea, a parte mais externa. A córnea desvia a luz em direção à pupila, que controla a quantidade de luz que atinge o cristalino. A luz é focalizada na retina, a camada de células nervosas na parte posterior do olho”, explica a associação.
A instituição ainda relembra que a retina possui dois tipos diferentes de células que detectam e respondem à luz: bastonetes e cones. Essas células sensíveis à luz são chamadas de fotorreceptores. O número impressiona: temos cerca de 6 milhões de cones e 110 milhões de bastonetes.
O jeito de ver as cores é influenciado pelas experiências visuais anteriores com objetos, um fenômeno que a American Academy of Ophtalmology chama de constância de cor. É o que garante que a cor percebida de um objeto permaneça praticamente a mesma quando visto em condições diferentes.
Fonte: Scientific Reports, American Academy of Ophtalmology
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela