Por Dra. Aline Priscila Gomes Antão

A Dra. Aline Priscila Gomes Antão atua na área da fisioterapia tratando e prevenindo as disfunções do assoalho pélvico que abrangem os diversos tipos de incontinência urinária feminina entre outros, dispondo de tratamentos específicos para cuidar da região pélvica

A International Continence Society (ICS) define incontinência urinária (IU) como uma condição na qual ocorre a perda involuntária de urina, que gera um problema social ou higiênico. A incontinência Urinária é classificada de acordo com os sintomas apresentados. Os três tipos mais encontrados são: incontinência urinária de esforço (IUE); urgeincontinência (UI) e a incontinência urinária mista(IUM).
A fisioterapia é indicada nos casos de Incontinência Urinária como tratamento de primeira linha, devido à sua alta efetividade, baixo custo e baixos riscos. Os recursos mais utilizados são cinesioterapia, que se baseia em exercícios de fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, cones vaginais, biofeedback e eletroestimulação. Lembrando sempre que cada caso necessita de uma extensa avaliação e acompanhamento de um profissional especialista na área de Fisioterapia Pélvica.
Diversos fatores podem levar à incontinência urinária feminina: envelhecimento, alterações hormonais, gestação e parto. Todos podem contribuir para o enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico. Este enfraquecimento e falta de tonus acabam desencadeando os problemas de incontinência ou prolapsos (a descida de orgãos pela falta de sustentação que o assoalho pélvico deveria promover).

Conheço muitas mulheres que convivem com isso, é normal?
A perda involuntária de urina ao realizar pequenos esforços, ao tossir e espirrar ou ser incapaz de segurar a urina ao sentir vontade de ir ao banheiro não é e nem deve ser considerado normal, embora essa seja uma realidade para muitas mulheres. Este é um problema de saúde que afeta mulheres de todas as idades em todo o mundo, mas que pode ser evitado e/ou tratado. No entanto, não é raro encontrar pessoas que optam pelo uso de absorventes intimos específicos para a incontinência urinária.
Atualmente sabemos que mais de 30% das mulheres não sabem como utilizar a musculatura do assoalho pélvico.
Sabemos também que o controle sobre essa musculatura ajuda na prevenção de disfunções uroginecológicas como a incontinência urinária e a incontinência fecal, previne o prolapso genital (descida de orgãos devido a falta da sustentação fornecida por essa musculatura).
Além de que as mulheres que possuem a percepção e controle dessa musculatura melhoram sua vida sexual.
Um dos motivos da naturalização da Incontinência urinária é que não há risco de vida para a mulher. Mas ouso falar que não há risco direto, pois indireto há sim.

Uma pesquisa recente  elencou os fatores negativos relacionados à imagem corporal associados à incontinência urinária:

  • Baixa auto-estima
  • Qualidade de vida reduzida
  • Grande número de absorventes diários e custos elevados
  • Vazamento frequente de urina
  • Sensação de
    umidade constante
  • Medo constante de cheirar mal
  • Sensação de impureza e inadequação
    A interpretação e correlações são livres, e não há como ter um padrão, visto que não há padrão para Qualidade de Vida.
    No entanto é possível encontrarmos mudanças de estilo de vida que podem até levar ao isolamento social. Circulando entre os temas mais íntimos e mais sociais, como fuga da vida sexual até não querer sair de casa para nada.

Cirurgia é a solução?
Muitas mulheres ainda acreditam que a cirurgia do períneo trata a incontinência urinária.
Certamente uma herança de tempos atrás, onde era muito comum essa cirurgia, principalmente para as mulheres que tinham partos vaginais. Mas tudo na medicina evolui e a cirurgia do períneo para tratar a incontinência urinária é coisa do passado.
Atualmente o que se recomenda (com respaldo científico) como primeira abordagem na incontinência urinária, seja ela por esforço, de urgência ou mista é a fisioterapia pélvica.
E a cirurgia, existe alguma para tratar a incontinência urinária? Sim! Os casos mais severos de incontinência de esforço, comprovados por um exame denominado estudo urodinâmico se beneficiam da cirurgia para implantação de uma fita (sling) que vai evitar a perda de urina pela uretra. Já os casos de bexiga nervosa (hiperativa) são tratados com uso de medicamentos e fisioterapia pélvica.

Resumindo: primeiro tratamento a procurar é a Fisioterapia Pélvica. Se for um caso mais severo de incontinência, o próprio fisioterapeuta te encaminhará para o (a) urologista que avaliará a necessidade de tratamento com medicação e também a necessidade de cirurgia.

Saiba Mais
Dra. Aline Priscila Gomes Antão – CREFITO-3: 129757-F
A Dra. Aline Priscila Gomes Antão atua na área da fisioterapia tratando e prevenindo as disfunções do assoalho pélvico que abrangem os diversos tipos de incontinência urinária feminina; incontinência fecal e anal; disfunções sexuais; prolapsos de órgão pélvicos entre outras, dispondo de tratamentos específicos para cuidar desta região.

  • Fisioterapeuta Graduada  há 14 anos
  • Especialização em Fisioterapia Dermatofuncional e Saúde da Mulher- Unisagrado Bauru
  • Pós-graduada em FISIOTERAPIA PÉLVICA UROGINECOLÓGICA FUNCIONAL. FACULDADE INSPIRAR BAURU
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O que é a incontinência urinária e como a Fisioterapia Pélvica pode ajudar. Veja explicação de fisioterapeuta
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