Com tempos difíceis que vivemos hoje, Que tal incluir perdoar nas resoluções do seu dia a dia e ainda reduzir os riscos cardíacos? Segundo as definições dos dicionários de Língua Portuguesa, perdoar é absolver alguém ou algo de uma culpa, de uma ofensa, de uma dívida. E, de acordo com cardiologistas, o ato de perdoar faz bem ao coração no sentido médico do termo. Há pelo menos uma década, pesquisas científicas estão relacionando fatores psicossociais como estresse, ansiedade e depressão, além de sentimentos como a raiva e a mágoa à saúde do coração. Isso porque sentimentos são sim capazes de alterar o funcionamento do nosso organismo
“Sentimentos como mágoa, raiva, ódio, rancor ativam o Sistema Nervoso Simpático e as vias inflamatórias. Ambas estão associadas ao aumento do risco de doenças do coração, inclusive o infarto”, diz Marcelo Katz, cardiologista e pesquisador da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Ele explica que o funcionamento de todo o organismo está relacionado à atuação dos sistemas nervosos Simpático e Parassimpático, que integram o sistema nervoso e atuam em conjunto para manter um equilíbrio.
“Ao ser ativado, o Sistema Nervoso Simpático libera substâncias como cortisol e adrenalina, que nos deixam em estado de alerta, aumentam nossa pressão arterial e nos deixam preparados para a luta”, ensina. Sua atuação se sobressai ao Sistema Nervoso Parassimpático, que é exatamente o oposto: reduz nossa pressão arterial, reduz os batimentos cardíacos e deixa o corpo em um estado de relaxamento.
“Ruminar estes sentimentos negativos contribui para a ativação da cascata inflamatória no organismo que em última análise leva ao maior depósito de gordura nos vasos”, afirma o médico do Einstein. A mesma regra vale para o estresse. Estudo realizado por pesquisadores da Universidade da California, nos Estados Unidos, com 202 pessoas com idade entre 19 e 29 anos, mostrou, pela primeira vez, que o perdão tem efeito de longo prazo para a saúde do coração. Pessoas que de fato perdoaram apresentaram pressão arterial mais baixa que as que cultivaram a raiva e a mágoa e as que simplesmente deixaram o assunto para lá. O benefício se estende para períodos posteriores, quando o evento é relembrado.
Mas para deixar de ser apenas uma palavra bonita e se tornar realidade, perdoar depende de um processo mental e sentimental que visa a eliminar ressentimento, mágoa, raiva, rancor ou qualquer outro sentimento negativo. “Não é fácil perdoar. É uma questão de resolução que precisa ser internalizada e trabalhada. O perdão tem que ser sincero”.
O cardiologista do Einstein lembra que embora este processo de internalização da necessidade do perdão seja muito particular, algumas atividades podem ajudar no processo como aumentar a prática de atividades físicas, meditação, e eventualmente terapia com um profissional especializado em saúde mental.

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O que o perdão tem a ver com a  redução de riscos cardíacos?