Distúrbios do sono estão ligados ao envelhecimento celular acelerado e devem ser tratados como questão de saúde pública

Imagem: MAYA LAB/Shutterstock
Pessoas que sofrem com pesadelos frequentes têm um risco três vezes maior de morte prematura, segundo um novo estudo apresentado na reunião deste ano da Academia Europeia de Neurologia (EAN).
A pesquisa também apontou que esses indivíduos apresentam envelhecimento biológico acelerado, com seus corpos demonstrando desgaste acima do esperado para sua idade.
Segundo o neurocientista Dr. Abidemi Otaiku, do Imperial College London, os pesadelos desencadeiam reações fisiológicas intensas — como sudorese, taquicardia e respiração ofegante — porque o cérebro dormindo não distingue sonhos da realidade, ativando a resposta de luta ou fuga.
Esse estresse noturno repetido pode ser mais intenso do que situações vividas durante o dia.

Descobertas do estudo
- O estudo analisou dados de mais de 183 mil adultos e 2.400 crianças nos EUA.
- Adultos que relataram pesadelos semanais tiveram um risco de morte antes dos 70 anos mais de três vezes maior, mesmo considerando fatores como tabagismo, obesidade ou sedentarismo.
- Até mesmo pesadelos mensais mostraram efeitos negativos sobre a longevidade e saúde celular.

O envelhecimento biológico foi medido por meio do comprimento dos telômeros, estruturas do DNA associadas à idade celular. O estresse causado pelos pesadelos e o sono de má qualidade contribuem para o encurtamento dos telômeros e o declínio celular.
Há como afastar os pesadelos
A boa notícia, segundo Otaiku, é que pesadelos são tratáveis. Melhorar hábitos de sono, reduzir o estresse e buscar tratamento psicológico podem ajudar. O pesquisador defende que os pesadelos sejam reconhecidos como um problema de saúde pública relevante.

Fonte Olhar Digital