A fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dor musculoesquelética generalizada, fadiga, distúrbios do sono e uma série de sintomas como depressão, ansiedade e problemas cognitivos. Sua etiologia ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que envolva um distúrbio na regulação da dor pelo sistema nervoso central, amplificando a percepção dolorosa. Afeta principalmente mulheres entre 20 e 60 anos, sendo uma condição debilitante que compromete a qualidade de vida.
O tratamento da fibromialgia é multifatorial e individualizado, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente. A primeira parte do tratamento inclui a validação do sofrimento daquela pessoa, explicando que é uma condição real e não uma invenção da cabeça dela. Quando faço isso, já percebo que muitas pacientes sentem um grande alívio.
Em segundo lugar, devemos incluir mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, sono adequado e prática regular de atividade física. Ansiedade e depressão estão presentes em torno de 50% dos casos, dessa forma, deve ser ofertada a psicoterapia. Além disso, a acupuntura, técnica chinesa de inserção de agulhas, auxilia no alívio da dor e na regulação do fluxo energético, tem sido utilizada como uma ferramenta complementar com boas respostas.
Da parte medicamentosa convencional, as principais opções são os antidepressivos como Duloxetina, assim como anticonvulsivantes que agem na dor como Pregabalina ou Gabapentina e relaxantes musculares também são amplamente utilizados para controlar a dor e os sintomas associados.
Nos últimos anos, o uso de fitocanabinoides, como o canabidiol (CBD) e o tetraidrocanabinol (THC), tem se mostrado uma promissora opção terapêutica para a fibromialgia. O sistema endocanabinóide, que regula funções como dor, humor e sono, pode estar alterado em pacientes com fibromialgia. O CBD é reconhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e ansiolíticas, sendo eficaz na redução da dor e da ansiedade. Já o THC, além de suas propriedades analgésicas, tem efeitos relaxantes musculares e pode melhorar a qualidade do sono. Embora o uso do THC exija cautela devido a seus potenciais efeitos psicoativos, ele pode ser uma opção valiosa quando bem monitorado.
Em resumo, o tratamento da fibromialgia exige uma abordagem abrangente e personalizada, que inclua terapias farmacológicas, fitoterápicos como os fitocanabinoides, e intervenções integrativas, como acupuntura e mudanças no estilo de vida. A combinação dessas estratégias tem demonstrado benefícios significativos na melhora dos sintomas e na qualidade de vida das pacientes.
Dr. Joaquim Piza é médico de família e acupunturista. Antes de cursar medicina, formou-se em engenharia de produção na USP e trabalhou um ano no mercado corporativo. Largou tudo pela sua vocação em cuidar de pessoas. Formado em medicina na FAMEMA, é estudioso do uso de produtos à base de Cannabis para tratamento de diversas condições.
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