Médicos encontraram partículas de plástico nas artérias humanas que podem aumentar o risco de problemas cardíacos
Quanto mais a ciência investiga, mais plástico é encontrado no corpo humano. Há quase três anos, médicos identificaram microplásticos em placas de gordura removidas das artérias humanas.
Uma pesquisa sobre o caso, publicada recentemente, revelou que mais da metade dos pacientes estudados possuía quantidades significativas de partículas plásticas no organismo. Além disso, associou o material a um risco maior de problemas cardíacos.
A investigação, liderada por pesquisadores da Universidade da Campânia, foi publicada na revista The New England Journal of Medicine.
Microplásticos são encontrados em artérias humanas
- Após cirurgias de desobstrução arterial, médicos identificaram partículas de microplásticos nas placas de gordura retiradas dos pacientes.
- O caso levou os pesquisadores a investigarem melhor os possíveis riscos associados ao material nas artérias durante 34 meses.
- O estudo, realizado com 254 pacientes, descobriu que mais da metade (quase 60%) deles apresentava quantidades significativas de polietileno — material usado em sacolas plásticas — nas placas de gordura das artérias.
- Além disso, 12% dos participantes tinham cloreto de polivinila (PVC) — utilizado em canos de água e garrafas plásticas — nos depósitos de gordura extraídos.
- Por meio de microscópio, os cientistas observaram microplásticos com bordas irregulares em células imunes e nas placas de gordura.
- Esses pacientes apresentaram um risco 4,5 vezes maior de sofrer derrame, ataque cardíaco não fatal ou morrer por qualquer causa durante o período de estudo.
- Também apresentaram níveis elevados de marcadores inflamatórios.
Microplásticos podem afetar a saúde do coração
Essa não é a primeira vez que os riscos dos microplásticos à saúde cardíaca são investigados. Pesquisas anteriores já mostraram como o material pode causar danos ao desencadear inflamação e estresse oxidativo nas células do coração. Além disso, estudos apontam que os microplásticos podem comprometer a função cardíaca, alterar a frequência dos batimentos e causar cicatrizes em animais, como camundongos. Raffaele Marfella, autor do estudo, destacou:
Dados observacionais também sugerem um risco maior de doenças cardiovasculares entre pessoas expostas à poluição relacionada a plásticos, incluindo cloreto de polivinila, do que o observado na população em geral.
Techo do artigo
Vale lembrar que o novo estudo é observacional, ou seja, não comprova que os microplásticos causam danos cardíacos, apenas identifica uma associação. Além disso, não foram considerados fatores de risco como tabagismo, inatividade física e poluição do ar.
Fonte Olhar Digital