A demora para buscar um diagnóstico pode trazer prejuízos sociais e emocionais

A surdez é uma doença invisível. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui uma população de 15 milhões de deficientes auditivos, sendo que a maior parte deles não sabe que possui qualquer perda auditiva. Além disso, boa parte acredita que essa doença acontece apenas na velhice.

A realidade, no entanto, é um pouco diferente: devido à exposição aos ruídos, que ocorrem tanto em ambientes de trabalho como também pelo alto volume de caixas de som, as perdas auditivas acontecem cada vez mais cedo. “Estimativas apontam que jovens de hoje ouvirão menos do que seus pais, devido ao uso excessivo de fones de ouvido, por exemplo”, aponta a fonoaudióloga Luciana Gandra da Rocha., sócia-proprietária da AMA Aparelhos Auditivos.

“A perda ocorre de forma sutil. Aos poucos, pensamos que nossa rua ficou mais silenciosa, que há menos pássaros cantando, sem nos dar conta de que é a audição que está se deteriorando. E uma vez que as células auditivas são danificadas, não há reparo. Elas não são como as células da pele, por exemplo, que conseguem se regenerar”, atenta a especialista.

Uma vez que tenhamos a audição comprometida, começam os prejuízos profissionais, educacionais e do cotidiano. “Há consequências sociais, pois passamos a evitar grupos de pessoas e até mesmo sair de casa, deixamos de falar ao telefone, passamos a aumentar o volume da TV. A comunicação é outro aspecto importante, pois fica mais difícil falar com a família, os desentendimentos se tornam mais frequentes e nos tornamos mais desatentos. São vários pequenos sinais que evidenciam o aumento da dificuldade para ouvir, mesmo que ainda não consigamos interpretar que nossas mudanças de comportamento possam ter essa origem”, descreve Luciana.

De acordo com a profissional, as dificuldades de audição trazem ainda complicações emocionais, como depressão e ansiedade, em decorrência do isolamento e até mesmo fobias sociais que podem se desenvolver pelo fato de ter uma dificuldade maior de compreensão da fala de terceiros. Isso sem contar o declínio cognitivo, uma vez que está comprovada a ligação entre perdas auditivas e o desenvolvimento de doenças como o Alzheimer, por exemplo.

“Por haver, culturalmente, uma grande carga pejorativa na perda de audição, isso deixa a busca pela ajuda ainda mais dificultosa, o que acarreta cada vez mais dificuldades para a vida cotidiana, saúde mental e convívio social. Não são raros os casos, no entanto, de pacientes que, após realizar sua reabilitação auditiva, conquistam expressivas mudanças de humor e comportamento”.

A fonoaudióloga lembra a importância de se procurar ajuda tão logo sejam percebidos os primeiros sintomas. “É importante procurar o otorrinolaringologista e também realizar uma audiometria, pois esse exame nos permite fazer um mapa da audição, identificando até as mais leves perdas. A partir daí, podemos tomar as atitudes necessárias para a reabilitação do paciente”.

FIQUE ATENTO!

Sinais e sintomas da perda de audição

  • As pessoas parecem estar falando baixo ou murmurando? Você precisa pedir para repetirem partes da conversa?
  • As pessoas costumam reclamar que o volume da sua TV está muito alto?
  • Você tem dificuldade de ouvir em ambiente ruidoso?
  • Você tem dificuldade para ouvir no telefone?
  • Você percebe que precisa se concentrar quando alguém fala baixo?
  • Você tem dificuldade para ouvir os pássaros, o tic-tac do relógio ou a campainha do telefone ou de sua casa?
  • Você tem dificuldade de localizar os sons?
  • Alguma vez você respondeu errado por não entender direito o que a pessoa falou?
  • Você tem barulho no ouvido (zumbido)?

Se alguma das respostas for positiva, procure um médico otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo.

Luciana Gandra da Rocha, fonoaudióloga e sócia-proprietária da AMA Aparelhos Auditivos

SAIBA MAIS

A Ama Marília, representante exclusiva do Grupo Microsom, fica na Rua Alvarenga Peixoto, 90, Jardim Maria Izabel. Os telefones de contato são (14) 3367-2022, (14) 3367-2023 ou (14) 99125-3938.
Instagram: @ama.marilia

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Perda auditiva e suas consequências