Liderado pelo Instituto epHealth, em parceria com Einstein e Novartis, maior estudo utilizando dados oriundos da rotina desses profissionais analisou risco cardiovascular em mais de 2,1 milhões de pessoas
Nesta quinta-feira (22), a The Lancet Regional Health Americas, uma das principais revistas médicas de todo o planeta, publicou o maior estudo já produzido com base em dados coletados por agentes comunitários de saúde. Liderada pelo Instituto epHealth, organização sem fins lucrativos que vem consolidando iniciativas de impacto social em todo o país, pelo Einstein e pela Novartis, a pesquisa avaliou o uso das estatinas, medicamentos utilizados para o tratamento do colesterol e na redução do risco cardiovascular, em pessoas que possuem um histórico de infarto ou de acidente vascular cerebral, identificadas em uma população de mais de 2,1 milhões de pessoas.
Entre outros achados, foi constatado que apenas 6,7% de pessoas que tiveram infarto ou AVC estão tomando os medicamentos necessários, e apenas 0,7% em dosagens que seriam adequadas. Além do baixo uso de estatinas, a grande maioria não utilizava o ácido acetilsalicílico (97,7%), mandatório no tratamento dessas doenças, e 92,5% dos hipertensos não utilizavam remédios para baixar a pressão.
Para a Dra. Julia Machline Carrion, Head of Medical Affairs da epHealth, e pesquisadora principal e chair do estudo, a utilização de dados de mundo real ( do inglês, “real world data“) obtidos pelos profissionais comunitários no contexto das suas atividades rotineiras resulta na construção de uma perspectiva muito mais ampla e até então inédita para a medicina de todo o planeta.
“A metodologia por trás deste estudo dá voz à comunidade. O uso de dados obtidos diretamente do cotidiano da população é uma iniciativa fundamental para que profissionais da saúde e gestores identifiquem caminhos para expandir as suas ações preditivas não só direcionadas às doenças cardíacas, mas a todas as enfermidades”, descreve. “
Vale dizer que a atuação dos agentes comunitários no Brasil ocorre desde 1994, com a criação do Estratégia Saúde da Família, programa do Ministério da Saúde que segue em vigência até os dias de hoje. O sucesso dessa iniciativa brasileira vem servindo inclusive de referência para a criação de programas equivalentes em diversos países, como é o caso do Reino Unido através do seu NHS (sigla em inglês para o Serviço Nacional de Saúde).
Ainda segundo a autora, a combinação do esforço desses profissionais e o uso da tecnologia abre espaço para uma construção de um cenário muito mais factual e assertivo, trazendo possibilidades significativas para a saúde global. “A atuação proativa dos agentes somada ao instrumental digital cria um substrato informacional mais fidedigno com os reais problemas e necessidades da população”.
Vale ressaltar ainda que os dados analisados na proposta foram tratados de forma desidentificada, garantindo a confidencialidade das informações e seguindo os rígidos padrões de segurança de acesso às informações pessoais destinadas à pesquisa científica
Diante dos achados, Raul Santos, cardiologista e pesquisador da Academic Research Organization do Einstein e autor sênior do estudo, diz que é preciso haver uma conscientização da segurança dos tratamentos, capazes de reduzir em até 60% o risco de novas complicações. O médico reforça ainda que a mudança de cenário passa pelo caminho da educação, da disseminação das informações junto aos médicos e pacientes, do acesso ao medicamento e da monitoração do uso dos medicamentos e dos valores de colesterol. “Esse número é muito ruim e mostra que as pessoas não percebem que podem morrer ou ficar com sequelas por causa dessas doenças. Para elas também ainda não deve estar suficientemente claro que existem formas de evitar ou reduzir essas complicações”, explica.
Segundo a Dra. Prisicila Raupp, gerente médica da Novartis e também autora do estudo, a enorme abrangência da pesquisa pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias para a redução do risco cardiovascular atribuído ao colesterol. “Encontrar meios para destacar a importância da redução do colesterol da população é um dos desafios da medicina moderna. O estudo nos fornece subsídios valiosos para identificarmos os melhores métodos e caminhos que consigam abreviar o processo até a contemplação deste objetivo”, completa.
Sobre o Instituto epHealth
O Instituto epHealth é uma iniciativa sem fins lucrativos que consolida as ações de impacto social da healthtech epHealth nos últimos anos, e visa contribuir de forma significativa na melhoria do acesso e da educação em saúde em larga escala no Brasil. A partir da consolidação e do desenvolvimento de iniciativas de impacto social, a organização busca transformar o modelo reativo de saúde para uma visão proativa. Atualmente, o trabalho da instituição já está presente em mais de 4 mil municípios nacionais, contribuindo para o serviço de mais de 45 mil profissionais da saúde e impactando na vida de 6 milhões de brasileiros.
Sobre a Novartis
A Novartis está reimaginando a medicina para melhorar e ampliar a vida das pessoas. Como líder mundial em medicamentos, utilizamos tecnologias científicas e digitais inovadoras para criar tratamentos transformadores em áreas de grandes necessidades médicas. Em nossa busca por novos medicamentos, somos constantemente classificados entre as principais empresas do mundo que investem em pesquisa e desenvolvimento. Os produtos da Novartis alcançam quase 800 milhões pessoas em todo o mundo e estamos encontrando maneiras inovadoras de expandir o acesso aos nossos tratamentos mais recentes. Cerca de 106 mil pessoas de mais de 140 nacionalidades trabalham na Novartis em todo o mundo. No Brasil, a Novartis tem o compromisso de atuar junto à saúde pública e a outras instituições privadas no desenvolvimento de projetos técnicos, científicos e sociais que otimizam a jornada do paciente cardiovascular, do rápido diagnóstico à promoção do acesso aos tratamentos de forma ágil e sustentável, por meio de parcerias estratégicas. Saiba mais em https://www.novartis.com.br/.
O artigo completo da revista pode ser acessado através do link a seguir: https://doi.org/10.1016/j.lana.2023.100534.