As vacinas são um meio seguro de prevenir mortes e sequelas causadas por diversas doenças. Mas é seguro tomar várias vacinas ao mesmo tempo?
Com o surgimento de novas doenças, e com pandemias e epidemias cada vez mais comuns. A ciência corre contra o tempo para desenvolver medidas de controle dessas doenças. Dentre elas, as vacinas são as mais poderosas, mas é seguro tomar várias vacinas ao mesmo tempo?
Por definição, uma vacina é uma substância biológica composta por agentes inativos ou enfraquecidos de microrganismos causadores de doenças, ou por proteínas específicas desses agentes. O seu processo de funcionamento baseia-se na ideia de imitar a exposição natural ao patógeno, mas sem causar a doença. As vacinas podem conter vírus ou bactérias enfraquecidos, mortos ou partes específicas desses microrganismos.
Ao serem introduzidas no corpo, as vacinas desencadeiam uma resposta imune controlada, proporcionando uma “memória imunológica” que permite ao sistema imunológico reconhecer e neutralizar rapidamente o patógeno se houver exposição posterior. Esse funcionamento, garante, por exemplo, que crianças sejam protegidas contra doenças mortais ou altamente debilitantes, como a poliomielite.
Quais vacinas podem ser administradas juntas?
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) esclarece que, em geral, todas as vacinas recomendadas rotineiramente podem ser aplicadas no mesmo dia, porém existem exceções. As vacinas, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) não devem ser administradas simultaneamente à vacina contra febre-amarela na primeira vacinação de crianças menores de dois anos. O intervalo recomendado entre essas vacinas é de 30 dias, sendo contraindicado um período inferior a 15 dias.
Porém, em relação à aplicação simultânea de várias vacinas, o Ministério da Saúde desmistifica a preocupação de que isso possa sobrecarregar o sistema imunológico, especialmente em crianças. Evidências científicas indicam que a aplicação de várias vacinas ao mesmo tempo, não causa aumento de eventos adversos no sistema imunológico infantil. Crianças são expostas diariamente a diversas substâncias estranhas, e a exposição durante a vacinação é mínima em comparação a outras atividades cotidianas.
A pasta da saúde inclusive encoraja a prática de tomar mais de uma vacina ao mesmo tempo. Já que a prática reduz o número de visitas ao posto de saúde ou hospital, economizando tempo e dinheiro. A vacinação combinada também reduz o número de pessoas nas filas desses estabelecimentos, o que ajuda a facilitar o processo de atendimento dos pacientes, ao mesmo tempo, em que torna o processo de vacinação menos dispendioso. Além disso, a vacinação combinada, como no caso de sarampo, caxumba e rubéola, significa menos injeções, tornando o processo mais eficiente.
Ou seja, se você planeja colocar todas as vacinas atrasadas em dia, pode fazer sem medo. Afinal, a evidência científica respalda a segurança de receber múltiplas vacinas simultaneamente, desde que com a correta supervisão profissional. Em uma era de bastante desinformação, especialmente relacionada às vacinas, é crucial dissipar os receios infundados e promover a compreensão de que a vacinação é uma medida eficaz para proteger a saúde individual e coletiva.
Por João Velozo, editado por Bruno Ignacio de Lima