Pesquisadores analisaram os benefícios do veganismo para a saúde cardiovascular a partir de um estudo realizado com gêmeos idênticos
Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, recrutaram 22 pares de gêmeos idênticos (cada qual formado por um vegano e outro não) para analisar quais os benefícios do veganismo para a saúde cardiovascular. Segundo o estudo, as diferenças podem ser percebidas já após um mês de alimentação diferenciada.
O estudo
- Os cientistas afirmam que os benefícios para a saúde podem surgir em dois meses.
- Durante o experimento, foi utilizado um serviço de refeições nas primeiras quatro semanas, com direito a café da manhã, almoço e jantar todos os dias.
- Depois desse período, os participantes foram encarregados de preparar suas próprias refeições, mas com um nutricionista credenciado sempre disponível para aconselhá-los sobre as escolhas mais saudáveis.
- O estudo foi publicado na revista científica JAMA Network Open.
- As informações são da Stanford Medicine.
Benefícios do veganismo
Os pesquisadores concluíram que a dieta vegana causou a uma redução considerável nos níveis de colesterol (LDL-C). O nível ideal é inferior a 100, e após oito semanas, os índices dos participantes com essa alimentação caíram para 95,5. Já para os participantes que continuaram comendo alimentos produzidos a partir de animais esse índice subiu para 116,1.
Além disso, os níveis de insulina ficaram cerca de 20% mais baixos nos veganos, o que significa redução do risco de diabetes. Os adeptos à dieta vegana também perderam em média 4,2 kg a mais.PUBLICIDADE
Segundo o estudo, o veganismo também pode conferir outros benefícios, como aumento de bactérias intestinais e redução da perda de telômeros (estruturas constituídas por fileiras de DNA que formam as extremidades dos cromossomos), o que retarda o envelhecimento do corpo.
Uma outra pesquisa realizada com gêmeos no passado já havia apontado que o veganismo muda o corpo. Essa análise também ligou a dieta vegana à queda nos níveis de colesterol, perda de peso e aumento da resistência ao diabetes tipo 2, além de níveis mais estáveis de açúcar no sangue.
A escolha por gêmeos idênticos se dá justamente para que haja uma base mais sólida de comparação. Apesar disso, os cientistas lembram que eles compartilham apenas entre 25% e 30% de seus micróbios entre si, e por isso seus metabolismos podem reagir aos alimentos de maneira distinta.
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi/Olhar Digital