Uma pesquisa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) revelou que os problemas ginecológicos que mais levam as pacientes aos consultórios são cólicas menstruais, menstruação irregular, Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e endometriose. Diante dessa realidade a especialista em auriculoterapia neurofisiológica, Lirane Suliano, explica como essa técnica milenar, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde, pode auxiliar no tratamento de várias dessas doenças. “A auriculoterapia é um recurso terapêutico que permite tratar o paciente de forma natural, ou seja, sem o uso de medicamentos e, com isso, sem os efeitos colaterais dos tratamentos alopáticos, que debilitam ainda mais a condição clínica dos pacientes. Dessa forma, essa técnica é uma grande oportunidade que se apresenta às mulheres que buscam tratamentos naturais comprovados cientificamente porque não afeta o dia-a-dia delas, o que ocorre quando se consome analgésicos e anti-inflamatórios, em especial quando a mulher precisa trabalhar”, explica Lirane Suliano, que é uma das autoras da obra: “Auriculoterapia na Saúde da Mulher”, publicado pela editora Sapiens. Um estudo divulgado na revista Frontiers in Endocrinology, revelou que a auriculoterapia está entre as estratégias necessárias para tratar os impactos que a pandemia trouxe para a saúde das mulheres. Isso porque em 2021, 46% das mulheres em idade reprodutiva tiveram mudanças no padrão menstrual e 53% disseram que apresentaram piora nos sintomas pré-menstruais. Além disso, foram relatados sintomas de menorragia em 18% das mulheres e de dismenorreia em 30% delas. Outro dado sensível é o de que 45% das mulheres se queixaram de desejo sexual hipoativo (baixa libido).
Auriculoterapia Diante disso, a especialista em auriculoterapia Lirane Suliano lista alguns desses problemas em que a técnica oferece resultados rápidos sem gerar sonolência, náuseas e mal-estar, sintomas causados pelos analgésicos em muitas mulheres:
Cólicas menstruais: Uma pesquisa recente realizada por uma marca de medicamentos para alívio de cólicas e outras dores menstruais revelou que 92% das mulheres todos os meses sofrem com esses sintomas, sendo que desse total, 43% afirmaram que os sintomas são intensos e 20% as definiram como insuportáveis.“Geralmente, as sessões duram uma hora. Para os sintomas dos períodos pré, durante e pós menstruação, podem ser estimulados pontos auriculares que representam o fígado, útero, ovário, endócrino e hipófise. A técnica também auxilia na diminuição da ansiedade, irritabilidade, estresse e compulsão alimentar, que também são comuns nessa fase do período menstrual”, explica Lirane Suliano.
Síndrome dos Ovários Policísticos: Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) afeta entre 6% e 16% da população feminina em idade reprodutiva (15 e 49 anos).“No tratamento da SOP, a auriculoterapia estimula pontos localizados no pavilhão auricular que têm ligação com os ovários, hipófise, hipotálamo, equilibrando a produção hormonal, além de atuar em pontos que promovem a analgesia, sem medicamentos. Além disso, atua em dois grandes sintomas da doença: a ausência de menstruação e a obesidade, agindo na diminuição do tamanho dos cistos”, relata Lirane.
Endometriose: A doença afeta 176 milhões de mulheres em idade reprodutiva no mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 1 em cada 10 mulheres tenha a doença. Neste ano, a cantora Anita e a atriz Larissa Manoela, viralizaram nas mídias sociais ao divulgar que também sofrem com a doença.“A auriculoterapia neurofisiológica, por suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e de relaxamento muscular, pode oferecer maior conforto ao controlar a dor pélvica e a dor lombar, no caso da endometriose. O relaxamento e o alívio se refletem no ato sexual. No tratamento são estimulados pontos específicos, no pavilhão auricular, que vão atuar no equilíbrio do eixo hormonal – hipotálamo e hipófise, e no ponto específico da doença, que é o útero. Além disso, a auriculoterapia pode auxiliar no controle das dores associadas à doença, pois desencadeia a liberação de neurotransmissores, que geram a sensação de analgesia e trazem equilíbrio hormonal para o organismo”, conta Suliano.
Perda de libido:Uma pesquisa realizada este ano pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo revelou que 5,8% das mulheres entre 18 e 25 anos e 19,9% das maiores de 60 buscam um (a) ginecologista para lidar com a baixa no desejo sexual.“As questões sobre libido são complexas e por isso é fundamental avaliar a paciente de maneira individualizada, mas a auriculoterapia apresenta excelentes resultados em alguns fatores que afetam o desejo sexual, como a qualidade do sono, a ansiedade, a circulação sanguínea e o relaxamento muscular dos genitais, como em casos de vaginismo, uma disfunção sexual que ocasiona dor na penetração. Sendo assim, é um recurso terapêutico natural que pode devolver qualidade de vida e uma vida sexual mais ativa e saudável”, finaliza Lirane Suliano.
Sobre Lirane Suliano:É cirurgiã-dentista, mestre e doutora pela UFPR. Especialista em Acupuntura e docente da pós-graduação nas áreas de Auriculoterapia, Eletroacupuntura e Laser puntura, já ministrou aulas para mais de 6 mil alunos, desde 2010, quando iniciou como docente de acupuntura e auriculoterapia em universidades. Autora do livro “Atlas de Auriculoterapia de A a Z”, obra em sua 5ª Edição, é hoje referência no Brasil no ensino dessa técnica, sendo responsável pela criação da pós-graduação em Auriculoterapia Neurofisiológica, na Universidade Focus, em Cascavel, no Paraná, e por cursos on-line, formando profissionais no Brasil e em diversos países, dentre eles, Argentina, Canadá, Alemanha, Irlanda, Itália, Malásia, México, Holanda, Panamá, Portugal, Ruanda, Emirados Árabes, Uruguai e Estados Unidos. A especialista já ultrapassou as fronteiras brasileiras e teve a oportunidade de compartilhar seus conhecimentos em Congressos internacionais dos quais participou na Universidade de Harvard; em Beijing, na China; Munique, Chicago, Barcelona e Dubai. |