Em tempos de pandemia, temos falado mais do que nunca sobre saúde mental e como o isolamento social pode impactar a vida das pessoas, podendo gerar gatilhos psicológicos, como o aumento da ansiedade e a depressão em algumas delas. Sentimentos como esses podem ocasionar outros distúrbios, como transtornos alimentares, alterando a maneira que cada um enfrenta a escolha dos alimentos e os hábitos na hora de comer.
Diante desse cenário, muitas pessoas se perguntam como podemos buscar um melhor entendimento das nossas emoções e, assim, identificar sinais possíveis de transtornos alimentares para realizar mudanças em nossos hábitos. Segundo Yuri Sato, coordenadora de nutrição da Care Plus, operadora de saúde premium, o diagnóstico deve ser feito por um médico, preferencialmente por um psiquiatra, mas nós mesmos podemos perceber algumas características em nossa rotina que apontam algo diferente.
“É importante lembrar que nem sempre os sinais desses transtornos são tão evidentes, e devemos nos atentar aos comportamentos de risco. Fazer jejum ou comer muito pouco, pular refeições, usar substitutos de refeições, tomar remédio para emagrecer ou fumar mais para diminuir a fome, são fortes indicativos que devem ser analisados com atenção”, afirma a coordenadora.
Outros comportamentos podem ser considerados de risco para desenvolver transtornos alimentares, como fazer dietas restritivas; apresentar episódios de compulsão alimentar; e utilizar métodos purgativos, como uso de laxantes, diuréticos e vômitos autoinduzidos. “Vale ressaltar que a alimentação é um hábito particular e individualizado, então é importante que cada um entenda o que é possível e o que cabe dentro da sua própria rotina, fazendo escolhas que façam sentido para sua saúde”, explica Yuri Sato.
Confira dicas importantes da especialista Yuri Sato
Nossas escolhas alimentares são sempre influenciadas pelas nossas emoções. O importante é entender que a comida não resolverá nossos problemas emocionais; não fará o desconforto emocional desaparecer. Não podemos achar que a comida irá sanar nossas dores psicológicas ou substituirá as nossas emoções;
• Nosso corpo nos dá sinais de fome e saciedade, temos um controle interno para distinguir essas sensações. Fazer dietas restritivas e comer com distrações são ações que nos atrapalham a entender os sinais de fome e saciedade do nosso corpo. É muito importante nos reconectar aos nossos sinais internos e entender o que o corpo precisa de forma mais intuitiva e natural;
• A psicoterapia tem função essencial no processo de entender os motivos pelos quais comemos, para identificar gatilhos psicológicos e nos ensinar técnicas para voltar a entender nossos sinais internos de fome e saciedade;
• Exercitar-se é importante, é uma forma de cuidar do nosso corpo e da nossa mente, uma gentileza para você mesmo;
• Organização é a melhor forma de mantermos uma alimentação saudável e saborosa dentro de casa durante o isolamento social. Planejar as refeições e as compras e escolher preparos rápidos é uma forma de termos uma comida variada, gostosa e prática;
• Invista em um cardápio variado com hortaliças e frutas. Além de trazerem benefícios para a saúde, contribuem para uma rotina mais diversificada, comendo sempre algo diferente.