O carrapato-estrela, principal transmissor da febre maculosa, é um inseto muito pequeno que vive na grama e se prende à pele de pessoas e animais para se alimentar de sangue. Quanto contaminado, o carrapato pode transmitir a bactéria Rickettsia, causadora da febre maculosa.
O ideal é retirar o carrapato do corpo o mais rápido possível para reduzir o risco da doença. Entretanto, se o parasita não for eliminado da forma correta, pode acontecer proliferação das bactérias e o risco de transmissão da febre maculosa aumenta.
Geralmente, a picada do inseto não apresenta sintomas visíveis. Além disso, os carrapatos podem ser extremamente pequenos. Na fase de ninfa, quando ocorrem a maioria dos ataques, os parasitas possuem mais ou menos o mesmo tamanho de um feijão verde.
Portanto, após estar em fazendas, chácaras e regiões de mata, é necessário examinar minuciosamente o corpo em busca de carrapatos, especialmente em áreas mais escondidas, como atrás da orelha, no pescoço, na região da virilha e abaixo das mamas.
Não utilize as mãos
A forma correta de retirar o carrapato é com uma pinça, jamais com as mãos. Se a ferramenta não estiver fácil, é recomendado o uso de uma gaze ou algodão.
Com a ajuda do instrumento, puxe devagar o parasita, por meio de uma leve torção, para que sua boca solte a pele, seguido de um movimento para cima.
Caso a parte da boca do animal esteja grudada, higienize a pinça, as mãos e remova o restante com cuidado. Jamais esmague ou aperte o corpo, pois ele pode expelir as bactérias e aumenta o risco de infecção.
Após removê-lo do corpo, jogue-o em um pote com álcool ou uma solução de água e sabão.
Higiene
Depois de eliminar o inseto, lave as mãos, a pinça e a área da picada com água e sabão. É importante estar atento a possíveis sintomas de febre maculosa nos 15 dias seguintes ao contato com o carrapato. Os principais sinais incluem febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, presença de manchas vermelhas na pele (especialmente nas palmas das mãos e solas dos pés) e sensação de cansaço.
Saiba qual é o melhor repelente para se proteger
Embora não exista vacina contra a febre maculosa, ela pode ser prevenida com uma medida simples: o uso de repelentes em locais de vegetação.
Mas não é qualquer repelente. De acordo com o médico Carlos Levischi, do Hospital Albert Einstein e especialista em febre maculosa, o produto deve conter DEET (nome químico para N,N-dietil-meta-toluamida) na fórmula.
“Para a proteção contra carrapatos, é importante que os repelentes contenham DEET. Eles devem ser aplicados em toda a pele e renovados de acordo com as informações do fabricante”, afirma Levischi.
Produtos com o ingrediente podem ser usados em adultos, crianças e bebês com mais de 2 meses de idade. O Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos recomenda que adultos apliquem o produto em qualquer criança menor de 10 anos, evitando a região das mãos e ao redor dos olhos e boca.
O DEET é encontrado em inseticidas nas versões líquidas, loções, sprays e materiais impregnados, como pulseiras. Eles podem ter concentração variando de 4% a 100%, valor que indica por quanto tempo o produto será eficaz. Ou seja, quanto mais DEET na fórmula, mais longo será o efeito repelente. No entanto, quantidades acima de 50% não fornecem proteção adicional.
“Uma concentração maior não significa que o produto funcionará melhor, e sim que será eficaz por um período de tempo mais longo. Portanto, produtos contendo concentrações mais baixas de DEET podem precisar ser reaplicados, dependendo do tempo que a pessoa fica ao ar livre”, explica o CDC.
(Por: Metrópoles / João Vítor Reis e Bethânia Nunes * Fotos: Marijan Murat/picture alliance via Getty Images)