
Foto: Celulite/IStock | CO Assessoria
Vídeos sobre como eliminar a celulite e truques caseiros para deixar a pele mais lisa acumulam milhões de visualizações nas redes sociais. Entre receitas improváveis, promessas rápidas e supostos segredos de famosas, o tema segue entre os campeões de engajamento feminino. Mas quais são, de fato, as dúvidas que mais despertam curiosidade? E o que está por trás dessas perguntas que circulam com tanta força nos comentários e fóruns virtuais?
As redes se tornaram um grande laboratório de opinião sobre o corpo feminino. Lá, a celulite é analisada de todos os ângulos: da biologia às crenças populares. Uma das perguntas mais recorrentes é se a celulite tem memória. Embora a ideia pareça improvável, ela traduz a percepção de que o problema “volta sempre ao mesmo lugar”. O médico Roberto Chacur, speaker da marca GoldIncision, reconhecida como líder em tratamento de celulite no Brasil, explica que a pele não possui memória literal, mas o corpo tende a repetir padrões estruturais. Variações hormonais e de peso alteram o tecido subcutâneo, e as áreas já afetadas costumam ser as primeiras a apresentar novas irregularidades.
Outra dúvida que desperta interesse é se existe uma “celulite emocional”. A expressão viralizou entre mulheres que associam momentos de estresse à piora na textura da pele. O conceito tem fundamento: o estresse contínuo pode causar desequilíbrio no organismo que interferem na qualidade da pele. Além disso, em situações de pressão psicológica é comum observar o aumento da percepção negativa sobre outros fatores.
Mesmo mulheres magras se perguntam por que também têm celulite. O peso não é o fator determinante. A estrutura da pele feminina e a ação dos hormônios contribuem para o acúmulo de gordura, o que somado ao enrijecimento dos septos fibrosos que puxam a pele, explica o surgimento dos temidos “furinhos” mesmo em corpos definidos.
Há ainda dúvidas sobre o impacto de hábitos cotidianos, como o uso de roupas apertadas. Embora não sejam a causa principal, peças muito justas podem agravar o quadro. A compressão constante prejudica o retorno venoso e linfático, aumenta o inchaço e evidencia as ondulações. A prevenção está menos em evitar a roupa certa e mais em equilibrar o tempo de uso e cuidar da circulação.
Também são populares as discussões sobre massagens, drenagens e diuréticos. Esses métodos ajudam a melhorar a circulação e reduzem a retenção de líquidos, mas o efeito é passageiro. Eles não atingem as camadas profundas da pele onde se forma a celulite, mas ajudam a prevenir.
Para o Dr. Chacur, a popularização dessas dúvidas mostra como a estética e o comportamento estão conectados. “Grande parte das perguntas reflete a tentativa de entender o corpo de forma prática. A celulite, porém, é multifatorial e é preciso informação para separar o que é cuidado real do que é expectativa gerada pela internet”, afirma.
O crescimento dessas conversas mostra uma mudança importante: a celulite deixou de ser um tabu e passou a ser pauta de autoconhecimento. As redes revelam uma geração que não busca apenas eliminar imperfeições, mas compreender o que elas representam. Discutir o tema com base científica e emocional é um avanço em direção a uma estética mais consciente, onde o ideal de pele perfeita dá lugar à informação, ao equilíbrio e à liberdade de escolha.
