O Bard enfim está disponível no Brasil. O Google lançou por aqui a sua inteligência artificial generativa rival do ChatGPT nesta quinta-feira (13) e ela chega com novos recursos e “falando” português brasileiro.

A ferramenta foi lançada em fevereiro deste ano, mas apenas em inglês, com lista de espera e para residentes nos Estados Unidos e no Reino Unido. Em maio deste ano, a resposta do Google ao chatbot da OpenAI aboliu a fila e foi expandida para mais de 180 países e territórios, o que não incluía o Brasil nem os países da União Europeia, que agora também recebem o Bard.

Bard: ainda um experimento

Durante a coletiva de imprensa de apresentação da ferramenta, o vice-presidente global de engenharia para Busca do Google Bruno Pôssas bateu diversas vezes na tecla de que o Bard ainda é uma ferramenta em experimentação. Nesse mesmo contexto, o executivo disse que a IA pode “alucinar e apresentar viés e respostas ofensivas”, mas também afirmou que isso é algo que a empresa espera resolver também em breve.

Além disso, Pôssas garantiu que “ao longo dos últimos meses, avançamos rápido nas melhorias” a fim de adicionar “novos recursos para potencializar a criatividade, aguçar a curiosidade e aumentar a produtividade das pessoas”.

Bard já está disponível em português brasileiro no Brasil (Imagem: Mojahid Mottakin/Unsplash)
Bard já está disponível em português brasileiro no Brasil (Imagem: Mojahid Mottakin/Unsplash)

Mesmo em fase experimental, porém, o Google promete que o Bard é capaz de criar conteúdo de maneira resposável, indicando a fonte de onde vieram as informações por ele geradas — em tese, basta pedir as referências que ele entrega.

E a privacidade?

Quando questionado sobre o potencial uso de dados pessoais privados de usuários dos serviços Google para treinar a ferramenta, o time responsável pela apresentação do Bard no Brasil foi categórico ao afirmar que isso não acontece. Apesar disso, vale lembrar que recentemente o Google ajustou sua política de uso para incluir ali a possibilidade de uso de dados públicos das pessoas espalhados pela internet para treinar suas IAs.

Outro ponto reforçado pelo Google durante a coletiva foi o de que a empresa espera ouvir os públicos.

“Há várias questões envolvidas na forma como se usa os dados para gerar respostas, mas a gente quer usar o Bard nesse momento de experimento para ouvir o feedback de todos os públicos envolvidos com ele”, explicou um porta-voz. “A ideia é reforçar o lema de aliar ousadia à responsabilidade”, finalizou, citando uma fala do presidente da empresa Sundar Pichai.

Revisores brasileiros

O Bard chega ao Brasil localizado, falando português, mas ele passou por mãos brasileiras para chegar tinindo às mãos do público? A empresa garante que sim. “Revisores brasileiros puseram a mão no Bard nos últimos três meses, o sistema foi testado exaustivamente pela comunidade interna de colaboradores do Google”, disse um porta-voz da empresa.

Isso deve garantir à ferramenta, ao menos em teoria, uma melhor adaptabilidade ao usuário brasileiro, mas é algo que só vai se mostrar realmente efetivo (ou não) ao longo do tempo.

Bard avisa logo de cara que as conversas podem ser processadas por revisores humanos (Imagem: Reprodução/Bard)
Bard avisa logo de cara que as conversas podem ser processadas por revisores humanos (Imagem: Reprodução/Bard)

Polêmicas

Vale lembrar que, apesar de novo, o Bard já se envolveu em algumas polêmicas desde então. Ele foi acusado de “inútil e perigoso” por funcionários da empresa, que chegaram a pedir a suspensão da tecnologia e teriam afirmado que o Google abandonou princípios éticos para acelerar o desenvolvimento de um rival para o ChatGPT. Além disso, um estudo apontou que tecnologias como ChatGPT e Bard favorecem a desinformação.

Outra treta memorável foi a acusação de que o Bard foi treinado usando o rival da OpenAI, o que a Gigante de Mountain View negou de maneira veemente. Recentemente, o Google foi processado nos EUA sob acusação de roubar dados pessoais para treinar suas inteligências artificiais, ao que a empresa reagiu e garantiu que a acusação “não tem base”. 

Como usar o Bard em português

Para usar o Bard no Brasil e em português, faça assim:

  1. Acesse bard.google.com;
  2. Faça login com a sua conta Google;
  3. Digite comandos na tela de prompt (em português, se preferir) para a inteligência artificial executar.

O que o Bard faz?

O Bard chega ao Brasil capaz de fazer tudo que já fazia antes, como resumir tópicos complexos, gerar textos criativos do zero, produzir ideias para criação de conteúdo, dar dicas de viagem, realizar brainstorm, trocar uma ideia sobre aleatoriedades, rankear coisas e ajudar em programação em mais de 20 linguagens.

Além disso, o Google anunciou seis novidades para a sua ferramenta conversacional — todas já disponíveis no Brasil: 

  • Respostas em voz alta;
  • Ajuste de tom e estilo das respostas com mais facilidade;
  • Possibilidade de fixar e renomear conversas do histórico;
  • Exportação de códigos para mais locais;
  • Compartilhamento de respostas com amigos;
  • Integração ao Google Lens para uso de imagens para executar comandos.

O Bard já está disponível no Brasil e em português brasileiro, então é só aproveitar.

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Bard chega ao Brasil e está disponível em português; saiba como usar