Até o momento, seis empresas brasileiras encomendaram eVTOLs (sigla em inglês para “carros voadores”). Mas quais são os planos delas?

“No futuro, teremos carros voadores”. A frase já virou meme, mas esse futuro está cada vez mais próximo. Para você ter ideia, a Embraer estima que os veículos elétricos de pouso e decolagem vertical – eVTOLs, na sigla em inglês; “carro voadores“, no popular – comecem a rodar no Brasil até fim de 2026. E, até o momento, seis empresas brasileiras encomendaram eVTOLs. Mas quais são os planos delas?

G1 entrou em contato com essas empresas para sondar como elas pretendem usar os carros voadores encomendados no Brasil. Ao todo, 335 eVTOLs foram encomendados: 100 para a Avantto, 50 para a Helisul, 50 para a OHI (Revo), 40 para a FlyBIS, 25 para a Flapper e 70 para a Voar.

Carros voadores no Brasil

Ilustração de carro voador da Embraer no ar
(Imagem: Divulgação)

Confira abaixo um resumo dos planos das empresas citadas para a operação de carros voadores no Brasil, conforme informado ao G1:

Helisul

A empresa confirmou que encomendou 50 carros voadores da Embraer. Segundo a companhia, eles serão usados para viagens de turismo e voos panorâmicos. No entanto, a Helisul afirmou que “é muito cedo para ter noção de preço”.

OHI (Revo)

A companhia informou que tem trabalhado para desenvolver infraestrutura e requisitos operacionais necessários para receber os 50 eVTOLs da Eve Air Mobility encomendados.

Ao menos numa fase inicial, a ideia é incluir os carros voadores em rotas menores – a de Guarulhos (SP), por exemplo. “O principal objetivo é tornar os voos mais verdes, acessíveis e sustentáveis”, explicou a empresa ao G1.

Assim com a Helisul, a OHI (Revo) informou que ainda não dá para estimar o custo exato para esse serviço. Mas afirmou estar comprometida “em criar um futuro em que os voos urbanos serão mais democráticos e neutros em carbono”.

FlyBIS

Ilustração de EVE-100, carro voador da Embraer
(Imagem: Divulgação)

O foco inicial da empresa será desenvolver a mobilidade aérea urbana no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O próximo passo será expandir o serviço para outros países da América do Sul (por exemplo: Argentina e Uruguai).

Segundo a companhia, seu plano é oferecer o serviço de mobilidade aérea urbana e “transfer” (transporte de passageiros de aeroportos ou para aeroportos) em Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Além disso, a FlyBIS mira no turismo na Serra Gaúcha (Gramado e Bento Gonçalves) e no litoral norte de Santa Catarina (Balneário Camboriú).

Porém, a empresa apontou que não consegue estimar um valor para viagens nos 40 eVTOLs que constam na sua carta de intenções para aquisição.

Flapper

O foco da empresa é táxi aéreo (o “transfer” entra aqui) e viagens de curta distância – por exemplo: entre Guarulhos e São Paulo, São Paulo e Angra dos Reis, Porto Seguro para Trancoso. 

A ideia, segundo a Flapper, é “substituir as atuais operações da frota tradicional de táxi aéreo por aeronaves de nova geração, mais econômicas, seguras e silenciosas”. A companhia acrescenta: “A maior oportunidade é abrir o mercado para um público totalmente novo, que hoje utiliza carros de alto padrão para se deslocar até seu destino, seja a negócios ou a lazer.”

Ao contrário das demais empresas citadas até o momento, a Flapper forneceu estimativas de preços pelo serviço. “Os clientes poderão desembolsar entre R$ 500 e R$ 1.000 por voo. Com o tempo, à medida que a capacidade das aeronaves e de suas baterias melhorarem – e as operações se tornarem totalmente autônomas – esperamos que o preço caia para R$ 300 por passageiro.”

Voar

Carros voadores da embraer
(Imagem: Divulgação)

A empresa encomendou 70 carros voadores, dos quais 15 foram separados para rodarem em São Paulo (SP). Por lá, o objetivo é “melhorar a eficiência dos serviços de transporte aéreo na região, considerando a importância econômica e logística de São Paulo no cenário nacional”, informou a empresa ao G1.

A Voar também planeja colocar eVTOLs para voar em outras cidades do Brasil. Entre elas, estão: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Fortaleza (CE), Goiânia (GO) e Ribeirão Preto (SP). A companhia informou que a estruturação vai considerar “as necessidades específicas dos eVTOLs, incluindo espaço para pousos e decolagens, além da infraestrutura de recarga elétrica das aeronaves”.

Sobre os preços, a Voar informou que “diversos fatores” vão influenciá-lo. Mas, segundo a empresa, o objetivo é oferecer preços acessíveis. E, como a maioria das companhias citadas nesta lista, a empresa não forneceu números relacionados ao custo do serviço.

Avantto

Entre as empresas citadas, esta foi a única que não deu retorno ao contato do G1.

Pedro Spadoni

Compartilhar matéria no
Carros voadores no Brasil: Sonho ou realidade? Empresas revelam planos
Foto: Divulgação/Embraer