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Aposta de alta velocidade, o túnel submarino de Jintang integra a ferrovia Yongzhou e promete encurtar a viagem Ningbo Zhoushan com 16,18 km de extensão, 11,21 km escavados sob o leito marinho e seção de 14,5 m.

O túnel submarino de Jintang concentra a ambição chinesa de conectar arquipélagos produtivos ao continente com uma solução ferroviária de alta velocidade. Trata-se de um corredor binário para trens a 250 km h, dimensionado para duas vias, que cruza o canal entre Ningbo e Zhoushan, no litoral de Zhejiang, em um traçado de 16,18 km. A construção combina escavação por tuneladora e soluções de precisão milimétrica para manter alinhamento, estanqueidade e estabilidade ao longo do percurso submerso.

Além do alcance logístico, o projeto testa limites humanos e tecnológicos. Operar máquinas de 14,5 m de diâmetro a dezenas de metros sob o nível do mar exige controle rigoroso de pressão, geologia e navegação, com correções de rumo em tempo real e procedimentos especiais de retirada dos equipamentos após o encontro subterrâneo. O resultado é uma obra concebida para durar e para sustentar frequências elevadas de trem sem comprometer segurança.

O túnel submarino de Jintang é o elemento chave da ferrovia Yongzhou, um eixo de alta velocidade que interliga Ningbo e o arquipélago de Zhoushan, na província de Zhejiang.

A extensão total é de 16,18 km, dos quais 11,21 km correm sob o leito marinho, conectando margens antes separadas por travessias rodoviárias e condições meteorológicas variáveis.

Projetado para velocidade de 250 km h, o túnel tem seção interna de 14,5 m de diâmetro, suficiente para duas vias ferroviárias.

O traçado alcança aprofundamentos de cerca de 78 m abaixo do nível do mar, zona em que pressões hidrostáticas e solicitações geotécnicas exigem soluções construtivas de alta robustez.

Como é escavado e por quem

A execução do túnel submarino de Jintang emprega duas tuneladoras de grande porte, Dinghai e Yongzhou, que avançam de margens opostas até um ponto de encontro definido em maciço rochoso estável.

O sistema de navegação utiliza a constelação BeiDou para correção contínua de trajetória, garantindo convergência dentro de tolerâncias extremamente apertadas.

No encontro dos escudos, o erro de alinhamento é controlado para a casa dos centímetros, condição essencial para continuidade do anel de revestimento e desempenho estrutural.

Como não há frente livre após a união, aplica-se o método conhecido como descascar-se da casca, desmontando as tuneladoras por dentro e incorporando estruturas remanescentes ao corpo do túnel.

Desafios geotécnicos e soluções

O traçado cruza 28 transições geológicas, alternando rocha sã e solos moles, o que impõe ajustes de pressão de câmara, torque de corte e avanços diferenciados.

Foram instalados sistemas de injeção de água na cabeça de corte para lidar com argilas pegajosas, reduzindo aderência e estabilizando o fluxo de material escavado.

A profundidade operacional requer vedações reforçadas e arranjos de acionamento com alto fator de segurança, mitigando riscos de infiltração e garantindo estabilidade dinâmica do conjunto.

Cada seção anelar é montada sob controle rigoroso de geometria, assegurando circularidade e estanqueidade em regime permanente.

Por que o projeto é único

O túnel submarino de Jintang se destaca pelo patamar de velocidade ferroviária em ambiente submerso, com 250 km h.

Esse desempenho supera parâmetros consagrados de túneis longos sob o mar, ao combinar grandes diâmetros, dupla via e envelope aerodinâmico adequado a pressões de encontro entre trens.

seção de 14,5 m equilibra espaço para duas vias, passagens técnicas e sistemas de ventilação e emergência, sem penalizar a integridade do revestimento.

O resultado é um padrão de capacidade e regularidade operacional raro em túneis subaquáticos, pensado para frequências elevadas e manutenção previsível.

Cronograma, capacidade e impacto logístico

O plano executivo prevê o rompimento total do túnel até o fim de 2026 e entrada em serviço da ferrovia Yongzhou em 2028.

A viagem entre Ningbo e Zhoushan tende a cair para cerca de 30 minutos, substituindo deslocamentos sujeitos a tráfego, marés e ventos por uma janela de tempo estável.

A operação de alta velocidade em dupla via cria capacidade para fluxos pendulares de passageiros e cargas de alto valor agregado, fortalecendo cadeias industriais e portuárias de Zhoushan.

Ao reduzir o custo temporal, o túnel submarino de Jintang reconfigura polos de emprego e amplia o mercado efetivo de serviços e turismo.

Precisão e controle de riscos

Em túneis submersos, pequenos desvios se acumulam ao longo de quilômetros, por isso o projeto adotou geometria de encontro em rocha e correção contínua via BeiDou.

Manter o erro de alinhamento em torno de poucos centímetros é decisivo para evitar recalces, esforços parasitas e turbilhonamento em juntas.

Após o encontro, o método de desmontagem interna das tuneladoras elimina a necessidade de poços adicionais sob o mar e reduz interferências ambientais.

As carcaças estruturais remanescentes reforçam o túnel, agregando rigidez e contribuindo para a durabilidade.

Lições de referência e maturidade tecnológica

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A experiência chinesa com obras submersas inclui grandes túneis por tubo imerso, como o da ligação Hong Kong Zhuhai Macau, com módulos de centenas de metros e assentamento de alta precisão.

Essa base industrial, de pré-fabricação e posicionamento milimétrico, alimenta a curva de aprendizado aplicável ao túnel submarino de Jintang.

Embora a tecnologia e a escala impressionem, projetos dessa natureza exigem avaliação ambiental e social criteriosa, desde dragagens e canteiros até rotas de manutenção e resposta a emergências.

A consolidação de protocolos e a transparência técnica são essenciais para sustentabilidade de longo prazo.

Com informações click petroléo gás

Fonte: Diário Do Brasil

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China surpreende o planeta com o túnel submarino de Jintang, 16 quilômetros de pura engenharia que testam até os limites humanos