Cientistas da Universidade de Cambridge colocaram humano e máquina tocando lado a lado – e o resultado é impressionante
Tocar piano não é das tarefas mais fáceis. Treinar um robô capaz de tocar piano menos ainda. Imagine, então, ensinar esse robô a fazer um dueto em sincronia com um humano!
Essa foi a proposta ambiciosa de um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge (Reino Unido). E ela foi muito bem-sucedida graças ao braço mecânico, que recebeu o nome de “Harmony”.
O Harmony é fruto do trabalho de doutorado do engenheiro Huijiang Wang, do Laboratório de Robótica Bioinspirada. A ideia de promover uma espécie de piano a 4 mãos “robótico” veio de sua paixão pela música.
O projeto deu tão certo que acabar de ganhar um prêmio na Conferência do Centro de Inteligência Artificial Inspirada por Humanos (CHIA, na sigla em inglês) de 2024.
O vídeo a seguir mostra um pouco sobre como funciona essa experiência:
Robô tem nível de aprendizado avançado
- O mais impressionante do experimento é que o Harmony não foi simplesmente programado para tocar as notas;
- O robô recebeu treinamento para entender as notas musicais e responder a elas de forma harmoniosa, como explicou o engenheiro Huijiang Wang: “Nosso robô ‘ouve’ a melodia que o humano toca e usa técnicas de aprendizado de máquina para prever os próximos acordes, garantindo que a música permaneça harmoniosa”;
- O Harmony foi treinado a partir de vídeos de pianistas humanos;
- E ele aprendeu tão bem que, de acordo com os cientistas, sua taxa de acerto das notas foi de 93%;
- Outro talento do robô é a sensibilidade para que ele possa fazer um dueto;
- A máquina é capaz de combinar seu tempo com o músico humano, realizando performance sincronizada.
Próximos passos
Como é possível acompanhar pelo vídeo, as mãos humanas ainda são responsáveis pela maioria das notas. Um dos objetivos dos pesquisadores agora é incorporar mais acordes ao repertório da máquina. Além disso, os cientistas também querem aprimorar o movimento e a destreza da mão e dos dedos do Harmony.
De acordo com o Tech Xplore, o grupo acredita que os avanços da inteligência artificial (IA) permitirão aos robôs que façam muito mais do que carregar caixas. Para eles, um dia, robôs “devem ser capazes de capturar, interpretar e responder às pistas emocionais de seus equivalentes humanos”, entregando apresentações artísticas e de entretenimento. O piano a quatro mãos seria apenas o primeiro passo dessa trajetória.
Você pode ler mais sobre a invenção em artigo publicado no IEEE Transactions on Robotics.
Fonte Olhar Digital
