A Meta anunciou nesta terça-feira (6) que vai começar a marcar os conteúdos gerados por IA postados em suas redes sociais, inicialmente sobre temas políticos. A indicação, que deve começar a ser aplicada “nos próximos meses” vale para o Instagram, Facebook e Threads, com os materiais criados a partir da tecnologia sendo identificados automaticamente.
A ideia é trazer mais transparência aos materiais desse tipo, principalmente diante da preocupação em relação a desinformação, deepfakes e outras manipulações em período eleitoral nos EUA, Brasil e outros países.
“Estamos criando essa capacidade agora, e nos próximos meses iniciaremos a aplicar selos em todos os idiomas suportados por cada app”, registrou no site oficial da Meta o executivo de assuntos globais da companhia Nick Clegg. “Realizaremos esta abordagem ao longo do próximo ano, durente o qual um número importantes de eleições ocorrerão ao redor do mundo”, completou.
Segundo o executivo, indicadores comuns serão usados pela Meta para fazer a identificação, como marcas d’água, metadados e sinais visíveis de forma automática. Isso significa, claro, que alguns registros podem passar batidos pelo algoritmo das plataformas, algo que a companhia deixa claro desde já.
Por outro lado, a empresa de Mark Zuckerberg afirma que os testes se mostraram promissores no reconhecimento de materiais criados não somente a partir da IA generativa da empresa, mas também de outros sistemas usados pelo Google, OpenAI e Adobe.
A mudança vale para todos os usuários das redes sociais da empresa, mas especialmente para anunciantes. Em ano de eleição presidencial nos EUA, o foco da Meta recai principalmente sobre as propagandas de cunho político, que receberão um campo específico para declaração de uso de IA ao lado de dados sobre o financiador das campanhas e outros detalhes.
Atenção aos deepfakes
Vídeos e áudios manipulados por inteligência artificial também receberão as indicações, que devem aparecer em todos os idiomas disponíveis no Facebook, Instagram e Threads. Os próprios usuários também precisarão indicar às plataformas que um conteúdo postado foi criado com a ajuda de IA.
Existem, porém, algumas exceções. O uso de IA para melhorar a resolução de imagens, realizar cortes ou corrigir cores, por exemplo, segue liberado e não será catalogado como conteúdo potencialmente enganoso. Da mesma forma, os usuários que utilizarem tais ferramentas não precisarão indicar isso às plataformas.
Mesmo a meses de distância da aplicação, a Meta deixa claro desde já que a aplicação das marcações é mandatória. Isso significa que os usuários responsáveis por postagens de inteligência artificial precisam ser transparentes sobre isso, enquanto a empresa pode punir os perfis que tentarem passar tais conteúdos como se fossem reais.
As marcações automáticas não têm data para chegarem às redes sociais da Meta, principalmente quando o assunto vai além da política. A empresa também não deu detalhes sobre a sinalização de conteúdo feito por IA pelos próprios usuários, mas disse que essa opção chegará antes do reconhecimento automático.
Por Felipe Demartini | Editado por Douglas Ciriaco