Discussão ganhou força no país após uma IA ter sido desenvolvida para imitar o estilo artístico de um criador de mangás

O avanço da inteligência artificial gera diversos temores. Os principais têm relação com os direitos autorais de obras (sejam elas musicais, audiovisuais, literárias…). E entre os setores que defendem uma regulação da IA está o dos mangás.

IA teria sido desenvolvida para imitar o estilo artístico de criador de mangás (Imagem: Vitória Gomez (gerado com IA)/Olhar Digital)

Governo do Japão está avaliando criação de uma série de regras

Ken Akamatsu, artista, político e criador de mangás como Love Hina, fez uma publicação em suas redes sociais onde sugere que uma proteção contra a inteligência artificial está mais próxima do que nunca. A preocupação a respeito do tema aumentou após a notícia de que uma ferramenta de IA teria sido desenvolvida para imitar o estilo artístico de Kishin Higuchi, autor de diversas obras.

Segundo Akamatsu, a nova legislação tornaria os responsáveis por casos semelhantes como infratores. Ele também afirmou que o governo japonês está considerando a “violação de subsídios não relacionados a direitos autorais, como direitos de publicidade, no que diz respeito à IA generativa”.

Além disso, na publicação, o ator destacou que “mesmo se o trabalho do próprio ilustrador não for usado para aprendizagem de IA, ele poderá ser protegido por direitos autorais se o ato de criar e usar o produto satisfizer a ‘semelhança e dependência’ com os trabalhos protegidos por direitos autorais existentes”. As informações são do Omelete.

Exemplo de mangá (Imagem: Milena Sabeva/Shutterstock)

Os mangás

  • Os mangás consistem em uma forma de ilustração de personagens, assim como os animes, mas estão conectados à literatura e compartilham suas histórias por meio de textos e imagens desenhadas à mão.
  • Em outras palavras, os mangás são as histórias em quadrinhos japonesas.
  • Diferente da maioria dos HQs ocidentais, as versões do país asiático não possuem cores (isto é, são produzidos, impressos e distribuídos em preto e branco), e são lidos da direita para a esquerda (de trás para frente na percepção ocidental) porque este é o sentido de leitura da língua japonesa.
  • Além disso, oferecem uma movimentação mais restrita de seus personagens.

Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares

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Japão está criando regras para proteger mangás da IA
Foto: Miika Laaksonen/Unsplash