O YouTube está numa espécie de cruzada contra os bloqueadores de anúncios, mas muitas ferramentas ainda conseguem realizar essa ação livremente por lá, como revelaram um usuário do X (antigo Twitter) e testes conduzidos pelo Canaltech. A informação contraria um recente posicionamento da plataforma de vídeos, que anunciou um cerco aos adblockers em todo o planeta.

Bloqueadores ainda funcionam

No X, um sujeito chamado Junior Rocha (@rotchajunior) publicou uma thread na qual releva uma porção de bloqueadores de anúncios que ainda conseguem driblar as travas do YouTube.

Ele cita opções para PC (como o bloqueador uBlock Origin e e a interface alternativa para o YouTube chamada Indivious), Android (os clientes alternativos Newpipe, Clipous e Skytube para celular e SmartTubeNext para Android TV, Fire Stick e outros dongles do gênero) e iOS/AppleTV (o cliente alternativo Yattee).

Em testes feitos pela redação do Canaltech, as sugestões dadas por Rocha realmente funcionam e ainda foi possível ir além: extensões com milhões de downloads nas lojas de Chrome e Firefox seguem trabalhando sem qualquer restrição.

Muita gente relata em redes como Twitter e Reddit que o YouTube tem impedido a reprodução de vídeos com o bloqueador ativado. Nesse caso, a única saída seria desativar o recurso e, para não ver mais anúncios, restaria apenas assinar a versão Premium. Entretanto, na prática, o YouTube ainda parece longe de expurgar todos os adblockers em praticamente todas as plataformas onde está disponível.

YouTube x adblockers

A cruzada do YouTube contra adblockers começou em junho deste ano, quando a empresa iniciou “uma pequena experiência globalmente” para incentivar espectadores com esse tipo de programa ativado a “permitir anúncios no YouTube ou experimentar o YouTube Premium”.

“A detecção de bloqueadores de anúncios não é nova e outros editores pedem regularmente aos espectadores que desativem os bloqueadores de anúncios”, explicou à época a empresa ao Canaltech.

Vale lembrar que o uso de bloqueadores de anúncios violam os termos de uso do YouTube. A empresa explicou ainda que casos extremos poderiam levar a uma desativação temporária da reprodução de vídeos, mas não citou qualquer tipo de bloqueio ou suspensão da conta em si.

Uma reportagem da Wired revelou uma espécie de corrida para desinstalar os bloqueadores: segundo a AdGuard, empresa dona de um adblocker, a média de desinstalação por dia saltou de 6 mil para 11 mil desde 9 de outubro.

Contudo, por outro lado, a versão paga do AdGuard, que consegue driblar a trava do YouTube, aumentou no mesmo período segundo o CEO da companhia Andrey Meshkov.

De modo geral, porém, apesar do grande número de opções que ainda funcionam, esses dados sugerem que muita gente tem preferido remover o adblocker para usar o YouTube.

Por que o YouTube “persegue” os adblockers?

A iniciativa global de combate aos bloqueadores de anúncios no YouTube tem uma razão bem clara e óbvia até: não prejudicar o desempenho da publicidade veiculada na plataforma.

Anunciantes são uma das principais fontes de receita do YouTube e parte do dinheiro arrecadado com isso é dividido com criadores por meio de programas de parcerias. Assim, quando um utilizador não assina a plataforma, acaba por ver anúncios para “compensar” o uso gratuito.

Canaltech procurou o YouTube para saber mais sobre o fato de bloqueadores ainda funcionarem na plataforma, mas não houve resposta até a publicação deste texto. A matéria será atualizada caso haja alguma novidade.

Se você usa o Adblock e está com problemas no YouTube, aprenda a desativar o recurso no computador e no celular.

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Muitos bloqueadores de anúncio ainda funcionam no YouTube
Foto: Charlesdeluvio/Unsplash