Em fase de testes nos Estados Unidos, serviço quer permitir que usuários usem Internet via satélite em seus smartphones de qualquer lugar do planeta; veja como funciona
A Starlink Direct to Cell é o serviço de rede móvel da Starlink, divisão de internet via satélite da SpaceX. Ele funciona por meio da união entre satélites de órbita baixa, modens de celular avançados e operadoras de telefonia parceiras, criando uma espécie de “torre de celular no espaço”. A modalidade promete levar Internet, voz e dados diretamente a smartphones LTE convencionais, reduzindo as chamadas “zonas mortas” da conectividade móvel. Atualmente em fase de testes nos Estados Unidos, o serviço deve ser expandido gradativamente para outros países do continente.
Nos últimos anos, a Starlink tem se consolidado como uma das empresas mais inovadoras no fornecimento de conectividade de alta velocidade a regiões remotas. Agora, a companhia mira um novo patamar de acesso móvel. Confira, nas linhas a seguir, tudo sobre o serviço Direct to Cell da Starlink: o que é, como funciona, onde já está disponível, quais celulares são compatíveis e qual a previsão de chegada ao Brasil.
O que é a Starlink Direct to Cell?
Direct to Cell é a mais recente iniciativa da Starlink para permitir que usuários de smartphones acessem a Internet via satélite da empresa. A ideia é que os consumidores enviem mensagens de texto, façam chamadas de voz e utilizem dados móveis em praticamente qualquer lugar do planeta. Isso é possível por meio da constelação de satélites em órbita baixa da empresa.
A proposta parte da integração entre satélites Starlink equipados com modens celulares avançados e operadoras de telefonia móvel parceiras. Dessa forma, o satélite atua como uma “torre de celular no espaço”, emitindo sinal LTE, que os smartphones podem captar sem necessidade de equipamentos adicionais, firmware customizado ou aplicativos especiais.
Os testes iniciais realizados nos Estados Unidos já demonstraram a viabilidade do serviço. Alguns usuários escolhidos e equipes da própria empresa vêm reportando a capacidade de enviar e receber dados a velocidades consideráveis — cerca de 17 Mbps nos primeiros testes. A viabilidade foi constatada tanto em áreas urbanas quanto rurais, incluindo ambientes internos e sob coberturas de árvores.
A expectativa da Starlink é ampliar o leque de funcionalidades do Direct to Cell. Além de mensagens de texto, voz e dados básicos, a empresa pretende oferecer conectividade completa, com navegação na Internet, chamadas de voz e, posteriormente, até mesmo videochamadas em tempo real. O objetivo é cobrir qualquer área do globo e chegar a locais remotos, como mares, regiões costeiras e países onde a infraestrutura terrestre é limitada. A expansão comercial global está planejada para começar a partir de 2025, quando mais parceiros e licenças regulatórias estiverem em vigor.
Como funciona a Starlink Direct to Cell?
A tecnologia Direct to Cell envolve o uso de satélites Starlink de última geração, equipados com um modem eNodeB integrado, o mesmo tipo de equipamento encontrado em torres de celular tradicionais. Esses satélites orbitam a Terra a baixas altitudes, formando uma constelação capaz de cobrir o planeta com sinal LTE.
Cada dispositivo móvel compatível com LTE e padrões 3GPP, versão 10 ou superior, pode se conectar ao sinal emitido pelo satélite sem a necessidade de hardware extra. Na prática, o usuário usa o satélite da Starlink como mais uma torre de celular, só que no espaço. Essa constelação é interligada por Backhaul a laser entre os próprios satélites, o que mantém a latência relativamente baixa e oferece conectividade contínua, independentemente de infraestruturas terrestres.
O serviço já demonstrou capacidade de funcionar em condições adversas, como sob árvores ou dentro de ambientes fechados, ainda que o foco primário seja o uso externo, graças ao ajuste do nível de potência do sinal. A Starlink ainda busca permissões regulatórias para aumentar a potência de emissão, o que pode ampliar a qualidade do serviço, especialmente para voz e vídeo em tempo real.
Onde o Direct to Cell está disponível?
O Direct to Cell iniciou suas operações comerciais nos Estados Unidos, por meio de uma parceria com a operadora T-Mobile. A iniciativa é vista como um marco regulatório, uma vez que a Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA já aprovou o uso de satélites Starlink para fornecer cobertura suplementar a redes móveis terrestres. Além dos EUA, parcerias semelhantes já foram anunciadas com diversas operadoras globais, como:
- T-Mobile – EUA;
- Optus – Austrália;
- Rogers – Canadá;
- One NZ – Nova Zelândia;
- KDDI – Japão;
- Salt – Suíça;
- Entel – Chile e Peru.
A meta é que todos os parceiros possam oferecer o serviço de roaming via satélite. Com isso, seria possível expandir a cobertura para além das fronteiras de cada país, especialmente em áreas antes sem qualquer sinal móvel.
Smartphones compatíveis
Um dos grandes atrativos do Direct to Cell é a compatibilidade com celulares LTE comuns, sem necessidade de modificações de hardware. Testes realizados pela SpaceX indicam que o serviço já funciona em modelos não alterados das principais marcas. Isso inclui a linha iPhone, da Apple; modelos Galaxy, da Samsung; e todos os smartphones Google Pixel.
Em resumo, se o smartphone for relativamente moderno, compatível com 3GPP versão 10 ou superior, e operável nas faixas de frequência liberadas nos países participantes, ele estará apto a se conectar ao serviço. A promessa é simplificar a conectividade ao máximo, evitando a necessidade de adquirir hardware especializado.
Disponibilidade no Brasil
No momento, o Direct to Cell ainda não está disponível no Brasil. A ampliação internacional do serviço está prevista para acontecer gradualmente, conforme a Starlink obtém as aprovações regulatórias necessárias e feche parcerias com operadoras locais.
A tendência é que a cobertura via satélite chegue a países da América Latina, inclusive o Brasil, após as implementações iniciais na América do Norte, Oceania, Europa e Ásia. A expectativa para o nosso país é que, assim que os acordos forem estabelecidos com operadoras brasileiras e a tecnologia for certificada pela Anatel, o Direct to Cell possa ser lançado.
Com informações de Starlink, The Verge, PC Mag e The Economic Times.
Fonte Tech Tudo